importunação sexual

Claudia Leitte revela que foi vítima de assédio aos oito anos: 'Lembro o pavor que senti'

Claudia Leitte, de 42 anos, recordou um caso de importunação sexual que sofreu quando tinha apenas oito anos, em entrevista ao "Encontro com Patrícia Poeta", da TV Globo, nesta quinta-feira. A cantora revelou que ela e sua mãe já foram vítimas de assédio quando utilizavam o transporte público. 

Foto: Reprodução de vídeo / TV Globo
Foto: Reprodução de vídeo / TV Globo
Foto: Reprodução de vídeo / TV Globo

Claudia Leitte, de 42 anos, recordou um caso de importunação sexual que sofreu quando tinha apenas oito anos, em entrevista ao “Encontro com Patrícia Poeta”, da TV Globo, nesta quinta-feira. A cantora revelou que ela e sua mãe já foram vítimas de assédio quando utilizavam o transporte público.

“Eu já passei por isso no transporte público muitas vezes. Mas a minha mãe é uma cena que não sai da minha cabeça. Eu e a minha mãe no ônibus, ela me levava pra escola, tinha uma rotina. Eu via muitas coisas acontecendo. Mas uma, mesmo eu muito jovem nunca esqueci”, começou a cantora.

“Ela me colocava sentada e ficava com as mãozinhas em torno de mim para me proteger. Geralmente, horário de rush, hora do almoço, saída de escola, uma movimentação muito grande dentro do ônibus,  e minha mãe me protegendo. Um cara encheu o saco da minha mãe de modo muito intransigente, que me assustou profundamente e eu nunca me esqueci da expressão dele”, continuou.

“Não bastasse todo aquele constrangimento, ele olhou para mim e disse: ‘Chama ela aí’. Eu nunca me esqueci disso, eu morri de medo. Eu lembro o pavor que eu senti”, lembrou Claudia.

A loira ainda elogiou a atitude de Daiane Silva Costa, que foi vítima de importunação sexual dentro de um ônibus em Belo Horizonte, na última terça-feira. Na ocasião, um homem tirou uma foto do bumbum da vendedora, que reagiu. Ela pegou o celular da mão dele e o confrontou. Após a atitude corajosa, Daiane tem sofrido ameaças e, por isso, decidiu não participar do programa global nesta quinta-feira.

“Quando eu vi a atitude da Daiane, foi muito corajosa, porque a minha foi de me esconder. A gente sente vergonha, eu devia ter uns oito anos, Patrícia. Mas eu nunca vou esquecer! A gente passa por várias situações, e a gente aprende a se esquivar. A gente se esconde, a gente se omite. Muito embora eu veja isso com tristeza e indignação, eu acho que a gente tem sim que falar. A gente precisa se apoiar, a gente precisa cobrar, tem que ter punição. E precisa ser vista essa punição. Você tocar nesse assunto agora junto com a gente aqui fortalece, a gente sabe que é um passo que a gente precisa dar. Eu estou achando que é passo de formiga, mas é preciso”, comentou Claudia.

“É importante pelas mulheres de amanhã, eu era uma criança quando passei por isso com a minha mãe. Não é só desrespeitoso, é mais do que isso: é invasivo, é triste, dói. Me dá tremor na alma”, destacou a cantora.

Leticia Salles e Patrícia Poeta também já foram vítimas

Além de Claudia, a atriz Leticia Salles, que dá vida à Érika em Vai na Fé’, também relembrou, durante o programa matinal, um caso de importunação sexual que sofreu. “Já vivi algo parecido com a Daiane. Só que eu não tive a coragem dela. Um rapaz encostando em mim no ônibus também. A gente fica com aquela sensação de ‘não é possível que isso está acontecendo, deve ser mentira’. Aí você vai se esquivando, você vai chegando para o lado. Tinha uma outra mulher sentada do meu lado também, pensei: ‘Será que eu comento com ela?’. Eu fiquei sem saber o que fazer, fiquei sem reação. Depois, ele foi para os fundos do ônibus. Quando eu desci, ele estava sentado lá com as pernas abertas, com a calça desabotoada”, contou.

“E quando eu desci, eu lembro que as minhas pernas tremiam, porque eu estava revoltada, eu estava com nojo. Eu queria agredir ele, queria gritar. E aí quando eu desci, ele olhou para mim e falou: ‘Tchau, gostosa’. É revoltante!”, lamentou.

Por fim, Patrícia Poeta deu seu relato. “Só muda o endereço, mas acho que todas nós já vivemos isso. Já passei por algo muito parecido também, mais jovem, lá em Porto Alegre, quando eu ia para a escola de ônibus. E a gente fica meio envergonhada, né? O bom é que de 2018 para cá, isso virou um crime. As penas eram brandas, hoje não. Hoje é reclusão, até cinco anos de prisão. E isso é uma conquista”, frisou a apresentadora.

 

Fonte: O Dia
Créditos: Polêmica Paraíba