Marcos Tavares
Normalmente a violência costuma ser encarada como questão policial que com vigilância e rigor seria resolvida. Ledo engano. A violência tem suas raízes mais profundas no tecido social, onde está instalada e acaba por ser o resultado e consequência finais de todo um processo de ausência do Estado. Ninguém nasce mal ou violento. São as condicionantes de vida, equilíbrio, educação que levam ao crime. O que vemos hoje, uma juventude levada às drogas e a criminalidade. É a juventude que não teve escolas ou as teve de baixa qualidade, que não consegue empregos e que já nasce a margem da sociedade.
Por isso, torna-se mais patética a tentativa oficial de tentar minimizar na propaganda a violência quando ela cresce e cresce no mesmo ritmo em que as questões pertinentes, como educação, saúde, moradia e emprego também tem seus problemas aumentados. Não é a cadeia quem resolve, o que poderia minimizar tudo isso era uma escola menos acadêmica e mais real, que preparasse adultos para o mundo e que existissem as oportunidades desses jovens serem absorvidos por um mercado cada vez mais exigente e sofisticado, que exige do aspirante a trabalhador conhecimentos que ele não pode obter em sua vida de estudante.
Daí para o crime o caminho é fácil, e uma vez criminoso, sempre criminoso, pois com os nossos presídios que não reeducam ninguém, nem recuperam, o preso para a sociedade. Menores e maiores são jogados em celas infectas onde convivem com que existe de pior no submundo e de lá saem graduados no crime para tornar a delinquir o que nos leva a uma população carcerária enorme e incapaz de ser bem atendida. Já se disse que quem constrói escolas não precisa construir prisões, mas essa máxima serve apenas para discursos e plataformas de campanha, enquanto a violência toma a Paraíba e o Brasil.
Vagas
A perspectiva de que diminuam as vagas no Legislativo paraibano e na representação federal teve o condão de tumultuar um quadro político que já não era calmo na Paraíba.
Com 36 vagas, a briga já era grande para se obter um assento na Assembleia. Se elas caírem para trinta, vai ser uma briga de foice no escuro, e um investimento material muito maior para se chegar à eleição.
No plano federal, significa que a Paraíba terá menos voz em Brasília, onde já é pouco ouvida, e que obras estruturais que dependem da ação da República ficariam totalmente inviabilizadas.
Por onde se analisar essa proposta, ela parece negativa.
Escândalo
Está sendo recebida com espanto pela classe política essas idas e vindas de Carlos Dunga que teve seu nome homologado e logo em seguida perdeu oficialmente a vaga de Deputado.
O senador Cássio Cunha Lima, um dos espantados, declarou que “pensava ter visto tudo do TRE”, mas mesmo assim teve de engolir mais essa. Comenta-se que esse vai não vai irá terminar nas portas do CNJ e que alguém vai responder por mais essa inquietação política no Estado.
Tomada
Hippies mal vestidos e artesãos com trapos tomaram a orla da nossa principal praia, Tambaú, onde armaram um verdadeiro bairro de barracas.
Eles perambulam pelas calçadas pedindo trocados e exibindo sua mercadoria.
Violência
Nem os hospitais nem os doentes que os procuram estão a salvo da violência na capital.
É realmente a terra do salve-se quem puder.
Bem Pago
Nós não somos absolutamente a sétima cidade do país, mas nosso prefeito Luciano Cartaxo tem o sétimo salário entre prefeitos de capitais nacionais.
Nada mal para um marinheiro que aporta pela primeira vez no cargo de comando.
Profundezas
Maranhão, para censurar Ricardo Coutinho, lembra seu projeto do porto de águas profundas.
Mas tão profundas que não se tem notícia nem de um mero projeto no papel.
Greve
Nem tudo são flores no caminho de Romero Rodrigues.
Profissionais da educação municipal de Campina Grande já anunciam greve.
O visitador
Luciano Agra não se diz candidato a nada, mas todo fim de semana ele fecha a mala e sai em périplo pelo interior.
Acredito que não seja para conhecer a Paraíba…
Frases…
Epitáfio – De Lula: A luta continua companheiros!
Epitáfio – De Xuxa. Beijinho, beijinho, tchau, tchau.
Epítáfio – De Maradona. Eu sou pó e ao pó voltarei.