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Com 47 anos de novelas, Elizabeth Savala confessa que odeia se ver na TV

A vida de Elizabeth Savala se confunde com a história da teledramaturgia brasileira. Como a rebelde Malvina, ela foi um destaques de Gabriela (1975) e acabou alçada ao estrelato.

Com 47 anos de novelas, Elizabeth Savala confessa que odeia se ver na TV

A vida de Elizabeth Savala se confunde com a história da teledramaturgia brasileira. Como a rebelde Malvina, ela foi um destaques de Gabriela (1975) e acabou alçada ao estrelato. Desde então, vieram inúmeras mocinhas e vilãs, em tramas como O Astro (1977), Pai Herói (1979), Plumas e Paetês (1980), Chocolate com Pimenta (2003), Alma Gêmea (2005), Amor à Vida (2013) e Quanto Mais Vida, Melhor!. O público, portanto, se acostumou a vê-la nas novelas, o que torna ainda mais curioso o fato de a própria atriz confessar que não curte nem um pouco se ver no ar.

“Quero deixar bem claro: eu odeio me ver!”, enfatiza a intérprete, entre uma risada e outra, em entrevista ao Notícias da TV. Ela justifica que a falta de distanciamento com o trabalho torna a experiência de ser assistir muito mais complicada.

“Quando a gente se vê no ar fica muito critico em relação a si mesmo. Só tem coisa negativa, não se vê nada positivo. Se a direção e a preparação dizem que está bom, então está ótimo!”, frisa a artista.

Para o “azar” da atriz, como ela está no ar na atual novela das sete, fica um pouco difícil não se ver. Mas tudo bem, pois a reposta do público tem sido, segundo ela, carinhosa. Dito isso, Elizabeth não esconde que o processo de gravação da trama foi um dos mais difíceis de sua carreira, por ter ocorrido no meio da pandemia e ainda por ter transformado o folhetim em uma obra fechada, ou seja, sem a possibilidade de alteração nos roteiros.

“Faço novelas há 47 anos e foi a primeira vez que fiz uma obra fechada. Acho estranho, muito difícil. Você não conseguia nem ver os seus colegas da equipe. O elenco ficou cada um em um camarim, você só passava o texto mesmo em cena, todos com máscaras. Nunca vivi nada parecido”, relata.

Em Quanto Mais Vida, Melhor!, a intérprete vive Nedda, uma mulher batalhadora que fez o possível e o impossível para criar os dois filhos, Roni (Felipe Abib) e Neném (Vladimir Brichta), e sofre horrores ao ver que eles nunca conseguiram ser amigos. Ao mesmo tempo, a cabeleireira não abre mão de sua sensualidade. Tanto, que ela chega a se fantasiar para ter aventuras em motéis.

Elizabeth se diverte com a dona do salão e admira suas características, apesar de assumir que no começo rejeitou um pouco o figurino. “Odeio estampado”, dispara ela. Sim, o figurino de Nedda é para lá de colorido e estampado.

Apesar de essa ser a personagem do momento, não é só sobre ela que os fãs conversam com a atriz. Justamente por estar na televisão há quase 50 anos, Elizabeth Savala coleciona figuras que ficaram marcadas no imaginário popular. Uma delas, a sofrida Agnes de Alma Gêmea, está em reprise no Viva. A lembrança afetiva do público emociona a artista.

“É um núcleo fiel que te acompanha há muito tempo, são 47 anos de Globo. Esse público é impressionante, é cativo. É a história da televisão brasileira”, celebra. Mesmo estando há tanto tempo diante dos olhos dos espectadores, ela também ressalta que não sente que envelheceu quase nada, pois seu “interior é jovem”.

Sim, corta muito. Para mim é muito complicado fazer e acho que a gente conseguiu um sucesso. Eu continuo usando máscara. Quando vou em um restaurante, tiro a máscara para comer e sinto uma receptividade muito grande. Falam: ‘Adoro a Nedda, ela é tão eu, tão mãe, tão inteira, não abre mão de ser mulher’. A Nedda é uma pessoa que tem um coração imenso.

Ela retrata bem a vida das mulheres, pelo menos no Brasil. Aqui o que acontece muito é que quando o homem separa da mulher, não é só dela, ele se separa da família também. E a mulher que vai à luta para sustentar, criar, alimentar. Não sei se isso está passando [para o público] na novela, mas é o que eu gostaria de ter passado.

 

 

Fonte: Notícias na TV
Créditos: Notícias na TV