pandemia de coronavírus

44 PROCURADORES: MPF recomenda a Pazuello que adote medidas nacionais de isolamento social

Recomendação para conter Covid-19 é assinada por 44 procuradores de 25 unidades da federação, diante da inércia de Aras na fiscalização do assunto

Um grupo de 44 procuradores do Ministério Público Federal, de 24 Estados da Federação e mais o Distrito Fedral, enviou uma recomendação ao ministro da Saúde Eduardo Pazuello sugerindo medidas urgentes e concretas para conter a disseminação da Covid-19 no território nacional.

Dentre elas estão a adoção de critérios para implantar isolamento social nos Estados e fechamento de fronteiras. A iniciativa não teve a participação do procurador-geral da República Augusto Aras, que vem sendo acusado internamente de ser omisso na fiscalização dos atos do governo federal na pandemia.

O documento cita o aumento expressivo nos casos da Covid-19 no Brasil e o número recorde de mortes pela doença, atingido nos últimos dias. Também critica o discurso político de que fechar o comércio afetaria a economia, adotado com frequência pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Qualquer decisão de direcionamento da política públicaque se queira republicana e em respeito à coerência e à integridade do ordenamentojurídico, ainda que preocupada com a proteção da ordem econômica, não pode fazê-lo àcusta da dignidade da pessoa humana, devendo prevalecer o respeito à vida e à saúde daspessoas e observando os princípios regentes do SUS, notadamente a integralidade e auniversalidade do acesso, com prioridade para as atividades preventivas e que reduzam osriscos de doenças e outros agravos”, diz um trecho do texto.

A recomendação tem onze pontos. O primeiro deles é que Pazuello implante uma estratégia nacional para ações de emergência de saúde pública, incluindo critérios para a adoção de medidas de isolamento social em cada Estado.

O MPF pede a Pazuello que formule, na condição da coordenação nacional da crise na saúde pública, “uma estratégia nacional com oestabelecimento de diretrizes para a definição de critérios regionais e locais deacompanhamento e implementação das medidas de emergência em saúde pública deimportância nacional e internacional, incluindo a formulação de uma matriz de riscoobjetiva para adoção de medidas de distanciamento social, baseada em critérios técnicosque reflitam a situação epidemiológica e capacidade de atendimento dos Estados eMunicípios, avaliadas semanalmente”.

Os pontos dois e três tratam das estradas, portos e aeroportos. A segunda recomendação é reforçar medidas de vigilância sanitária para fiscalizar o estado de saúde de passageiros que entram no Brasil. A terceira sugere que o ministério “avalie semanalmente a necessidade de restrição excepcional e temporária, porrodovias, portos e aeroportos, de entrada e saída do país e de locomoção interestadual eintermunicipal ( art. 3º, VI, ‘a’ e ‘b’ da lei nº 13.979/2020), e dar ampla publicidade dasrazões da imposição ou não das restrições”.

O quarto ponto é a criação de um plano nacional de comunicação para conscientizar a população sobre o uso de máscaras, a necessidade de evitar aglomerações, priorizar ambientes ventilados e outras medidas importantes para prevenir a contaminação pela Covid-19.

Os procuradores também recomendam que o Ministério da Saúde dê apoio aos Estados para o monitoramento da cadeia de contágio, intensifique o monitoramento de possíveis variantes da Covid-19, garanta aporte de recursos para os Estados ampliarem seus leitos hospitalares e forneça treinamento de pessoal especializado para o combate à pandemia.

Os últimos pontos da recomendação abordam a questão da vacina. Os procuradores pedem que o governo federal amplie a aquisição das vacinas, garanta que as novas remessas atendam os idosos e monitore o estoque de insumos, notadamente de oxigênio, para garantir o atendimento dos pacientes.

Fonte: IG
Créditos: IG