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CASO EXPEDITO PEREIRA: crime, investigação e a descoberta de um assassinato a sangue frio e por ganância que envolve sobrinho da vítima - VEJA VÍDEOS

Após 9 dias do assassinato do ex-prefeito de Bayeux, Expedito Pereira, morto  a tiros por um homem em uma moto, em João Pessoa, no último dia (9),  a polícia  civil da Paraíba apontou três suspeitos pelo crime.

Após 9 dias do assassinato do ex-prefeito de Bayeux, Expedito Pereira, morto a tiros por um homem em uma moto, em João Pessoa, no último dia (9),  a polícia  civil da Paraíba apontou três suspeitos pelo crime, um deles é  Ricardo Pereira, o sobrinho da vítima.

O empresário Ricardo Pereira, de 26 anos, já está preso na carceragem da Central de Polícia Civil da Paraíba, em João Pessoa. Ele foi preso por volta das 17h desta quarta-feira (16) algumas horas depois da Justiça expedir um mandado de prisão contra ele.

Outras duas pessoas estão na mira da Polícia Civil. Leon Nascimento já está preso desde sábado (12), (quando foi cumprido um mandado de prisão por estelionato). Já Gean Carlos, que chegou a prestar depoimento nesta terça-feira (15), antes de ter o mandado expedido contra ele, agora é considerado foragido.

Durante o depoimento, Gean permaneceu em silêncio por orientação de seus advogados.

No documento, registra-se que as prisões temporárias são relativas ao crime de homicídio qualificado mediante pagamento ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe.

O suposto envolvimento de Ricardo chocou não só os familiares, mas também toda a sociedade paraibana, o que levaria um sobrinho a encomendar a morte do próprio tio?; tio esse que o considerava e o tratava como filho.

O Dr. Expedito ajudou Ricardo Pereira na campanha eleitoral deste ano, onde ele foi candidato a vereador. Em um vídeo, o ex-prefeito de Bayeux ressalta a honestidade e boa índole do sobrinho.

Mas ao que tudo indica, Ricardo Pereira não tem a boa índole e a honestidade que o tio Expedito Pereira tanto acreditava, as investigações apontam que o crime foi financeiro, “ganância e vontade de ter o que é do outro”, ressaltou um dos delegados responsáveis pela investigação.

De acordo com a delegada Emília Ferraz, a polícia descobriu que Expedito Pereira tinha uma clínica na cidade de Bayeux, mas que não recebia nenhum dinheiro das consultas realizadas no local, e que vivia apenas com a renda de duas aposentadorias.

“Durante a investigação, descobrimos que Ricardo Pereira era o responsável por administrar todas as finanças do tio. Ele tinha não só os cartões de débito e saque das contas bancárias de Expedito como também as senhas dos cartões e das operações eletrônicas de aplicativos de banco. Qualquer negociação ou transação comercial que envolvesse o nome de Dr. Expedito tinha que passar pelo crivo e aval do sobrinho”, disse Emília.

Ainda de acordo com a delegada, poucos meses antes do crime, Expedito estava se preocupando com as finanças da casa e da família dele e resolveu vender uma granja que tinha na cidade do Conde e uma casa que tinha em Bayeux. A venda foi intermediada por Ricardo.

Motivação financeira

A polícia recebeu informações da família de Expedito de que a granja que havia sido vendida por ele e intermediada por Ricardo foi no valor de R$ 300 mil. A negociação seria de que R$ 100 mil foi pago à vista e os outros R$ 200 mil teriam sido pagos todo dia 5, em 50 parcelas de R$ 4 mil.

“Após a morte de Dr. Expedito, a viúva e a filha caçula receberam a visita do sobrinho, Ricardo, e ele disse a elas que ajustassem as contas porque o valor de R$ 4 mil que iam receber todos os meses até completar os R$ 200 mil não iriam receber mais, porque Expedito, antes de morrer, teria autorizado Ricardo a fazer uma negociação com o valor”, comentou a delegada.

RICARDO MARCOU ENCONTRO FICTÍCIO COM O TIO  NA VÉSPERA DO CRIME

“Na véspera do crime, Expedito foi contatado por Ricardo que disse que na manhã do dia seguinte teria marcado um encontro, em um bar próximo à casa da vítima, com um vereador eleito de João Pessoa e que era para Expedito levar um currículo da filha para entregar a esse vereador. Tudo isso de forma fictícia. Na manhã do crime, a vítima desceu de casa com o documento e com contas para Ricardo pagar e no meio do caminho foi surpreendido por Leon e morto”, explicou a delegada.

Suspeitos trabalharam juntos

O delegado Victor Melo explicou na coletiva que Gean, Ricardo e Leon trabalharam juntos no crime. “Ricardo e Gean já trabalhavam juntos a mais tempo, mas Leon se juntou aos dois para trabalhar na campanha eleitoral de Ricardo como candidato a vereador, este ano, e ficou trabalhando com ele depois”, disse Victor.

Segundo o delegado, Ricardo teria alugado um carro que foi usado pelos dois suspeitos para pegar a moto utilizada no crime e fugir em seguida. “Descobrimos que este carro foi usado pela dupla para, depois de devolver a moto ao dono, fugir para o Rio Grande do Norte. Ao investigar o carro, descobrimos que estava no nome de Ricardo”, explicou o delegado.

Victor Melo explicou ainda que, no dia do homicídio, cerca de 20 minutos depois do crime, Gean e Ricardo foram vistos juntos em um prédio no Centro de João Pessoa. Gean encontra-se foragido da Justiça e a polícia ainda busca encontrar a arma utilizada no homicídio. Na casa dos investigados, a polícia apreendeu documentos, cadernos e anotações.

Um cheque de R$ 12 mil, assinado por Expedito, mas que a família não reconhece a assinatura, foi achado na casa de um dos suspeitos. Na casa de Ricardo a polícia encontrou um coldre de uma arma, o certificado de propriedade de uma pistola e comprovantes fiscais de compras recentes de munição.

CAMISA DO CRIME DESCARTADA NA RUA

A moto usada no crime foi apreendida pela polícia assim como a camisa utilizada pelo executor. Com base em imagens de câmera de segurança de antes, durante e depois do homicídio, a polícia achou o local em que a camisa foi descartada. “É possível ver o Leon se desfazendo da roupa. Pesquisamos as redes sociais dele, que são abertas, e encontramos várias fotos, desde novembro do ano passado, em que ele está usando a mesma camisa”, completou Victor Melo.

CASO EM SEGREDO DE JUSTIÇA

O caso corre em segredo de Justiça e, segundo a Polícia Civil, um dos investigados se reuniu com a polícia e com o Ministério Público da Paraíba para fechar um acordo de colaboração premiada.

O advogado Aécio Farias revelou nesta quarta-feira (16) que deixou a defesa de Leon Nascimento, suspeito do assassinato do ex-prefeito de

“Ao tomar conhecimento de uma eventual delação, tenho no meu íntimo de não participar, de não corroborar. Achei por bem sair do caso”, disse à Arapuan fm.

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba