O caso também está sendo apurado pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Ao UOL, o diretor do Departamento de Segurança da Informação (DSI), vinculado ao GSI, general de Brigada Antônio Carlos de Oliveira Freitas, confirmou a investigação. Ele afirmou ainda que o Twitter, plataforma por onde foram divulgadas as informações, agiu rápido para derrubar as mensagens.
Os dados vazados, em sua maioria, são públicos e estão disponíveis em informações prestadas pelos atingidos à Justiça Eleitoral e a órgãos de controle da União.
O presidente ainda não se manifestou sobre os ataques.
O vereador Carlos Bolsonaro, em suas redes sociais, vinculou a divulgação dos supostos dos dados ligados a ele aos atos pró-democracia realizados no domingo (31) contra o presidente.
”A turma ‘pró-democracia’ vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de ‘combater o mal’, justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!”, escreveu Carlos, em sua conta no Twitter.
O deputado estadual Douglas Garcia, também pela rede social, confirmou que seus dados são verdadeiros e disse que faria um boletim de ocorrência.
Procurado pela Folha, o grupo afirmou que divulgou o número do CPF, telefones e Whatsapp, e-mails, endereços, renda e bens. No site da Justiça Eleitoral há uma lista dos bens e salários de todos os políticos, porém, dados pessoais não eram públicos.
“Os dados foram soltos no dia 1 de janeiro, às 21h30, pelo @AnonymouBrasil. Depois disso houve uma discussão com o Douglas [Garcia] e fomos suspensos”, afirmou o grupo
Após o grupo ser suspenso pela rede social, eles já criaram um novo endereço. “Estávamos há 8 anos com o twitter @AnonymouBrasil, depois dos vazamentos do Bolsonaro, filhos e afiliados, a conta foi suspensa. Seguimos com essa secundária. #Anonymous #Antifascista”.
Um outro perfil também criado pelo Anonymous chegou a publicar fotos de um dos documentos. Um deles mostra o registro de uma empresa digital, com capital social de R$ 1.000, em nome de Bolsonaro e dos filhos. O endereço não foi exposto, mas o grupo incluiu uma foto da casa onde a empresa estaria registrada.
“Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista ‘Anonymous Brasil’ divulgou, em conta do Twitter, dados do Presidente da República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes, não passem impunes”, escreveu o presidente.
Douglas Garcia confirmou o vazamento de seus dados e acusou a ação criminosa dos hackers, em rede social. Ele disse que registrará boletim de ocorrência policial sobre a invasão.
Carlos Bolsonaro, também nas redes, acusou “a turma pró- democracia” pelo vazamento, sem apresentar provas.
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, responsável pela segurança de Bolsonaro e familiares, informou que o caso do vazamento será tratado pelo Ministério da Justiça.
Em nota, o Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos disse que repudia o vazamento e que se trata de uma violação aos direitos fundamentais.
“Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos repudia a divulgação criminosa de dados, em clara violação aos direitos fundamentais à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem. A divergência de ideias jamais deveria ser justificativa para a prática de ação totalitária e antidemocrática como esta. Que os responsáveis sejam devidamente identificados e processados, nos termos da lei”, afirmou o ministério comandado por Damares Alves.