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Deputada Melchionna: É um escândalo Bolsonaro receber com pompa torturador responsável por ao menos 41 mortes

Em manifestação na Câmara na noite de segunda, a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchionna, repercutiu o encontro, o qual considerou como “muito grave”.

Como revelou o jornalista Rubens Valente, o presidente Jair Bolsonaro se encontrou na segunda-feira (4) com o tenente-coronel reformado do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura. Conhecido como Major Curió, o militar já reconheceu envolvimento com o assassinato de pelo menos 41 militantes da Guerrilha do Araguaia durante a ditadura militar, nos anos 1970.

O encontro não estava na agenda oficial do presidente, mas uma imagem de ambos foi divulgada pelas redes sociais do filho de Curió, que escreveu na legenda da imagem: “Dia de dois amigos se encontrarem e dizer FORÇA”.

Em manifestação na Câmara na noite de segunda, a líder do PSOL na Câmara, Fernanda Melchionna, repercutiu o encontro, o qual considerou como “muito grave”.

“Nós temos um país com 100 mil infectados, 7 mil mortos por covid-19 e o presidente da República estava recebendo o Curió, processado 6 vezes pelo Ministério Público Federal, responsável por no mínimo 41 assassinatos e torturas segundo levantamentos realizados sobre a ditadura civil-militar. Alguém que deveria ter sido preso pelo sangue derramado, pela supressão das liberdades democráticas, mas que infelizmente ainda segue recebendo a ‘bolsa torturador’, já que o Brasil não fez justiça de transição. Agora é recebido com pompa e honra por Bolsonaro. É um escândalo. É um psicopata recebendo um assassino. Isso é inadmissível, inaceitável e um sinal que não pode ser ignorado. Ditadura nunca mais!”, disse a deputada.

A Comissão Nacional da Verdade incluiu Curió em seu relatório final, em 2014, como um dos 377 agentes do País que praticaram crimes contra os direitos humanos. De acordo com a comissão, o militar “esteve vinculado ao Centro de Informações do Exército (CIE), serviu na região do Araguaia, onde esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram”.

A história de Curió é contada no livro “Mata!”, do jornalista Leonêncio Nossa, lançado pela editora Cia das Letras em 2012.

Fonte: Sul 21
Créditos: Sul 21