A Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) informou, na noite desta terça-feira (28), que subiu para 225 o número de casos do novo coronavírus no sistema prisional. Desses, 224 casos estão no Complexo da Papuda, sendo 70 policiais penais e 154 detentos.
O boletim indica aumento de seis registros no complexo em relação ao contabilizado até segunda-feira (27). Todos os novos casos são de policiais penais.
O único registro do vírus no sistema penitenciário que não está na Papuda é o de uma pessoa infectada na Penitenciária Feminina do DF (PFDF), a Colmeia, no Gama.
De acordo com o balanço, cinco presos estão internados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência para o tratamento de pacientes com a Covid-19 em Brasília. Segundo a Sesipe, eles “apresentaram sintomas moderados da doença e foram internados por precaução.”
De acordo com a Sesipe, além dos cinco internados no Hran, os outros contaminados estão sendo avaliados por equipes de saúde dentro dos presídios. Os detentos estão divididos nos seguintes locais:
Centro de Internamento e Reeducação (CIR): 76 detentos e 28 policiais penais
Centro de Detenção Provisória (CDP): 36 detentos e 19 policiais penais
Penitenciária do Distrito Federal II (PDF-II): 16 detentos e 6 policiais penais
Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I): 25 detentos e 12 policiais penais
Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE): 4 policiais penais
Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF): 1 detento
Medidas de contenção
Na última semana, a Secretaria de Segurança anunciou que dois blocos dos novos Centros de Detenção Provisória (CDPs) serão utilizados para o tratamento e a quarentena de presos durante a pandemia.
A decisão foi tomada depois que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou à pasta que usasse os espaços. De acordo com o governo do DF, em 15 dias, mais 400 vagas estarão disponíveis para atender os presos.
A Sesipe informou ainda que medidas estão sendo tomadas em conjunto com a Secretaria de Saúde do DF para conter o avanço do coronavírus no complexo.
Servidores infectados estão afastados e as visitas aos presos estão suspensas desde o mês passado. Para que os detentos possam manter contato com as famílias, foi permitido o envio de cartas. Além disso, os presos podem enviar mensagens aos parentes por meio de um aplicativo.
Segundo a Sesipe, entre outras medidas estão:
Novo canal para troca de mensagens entre familiares e internos. Agora, além dos aplicativos de mensagens, a comunicação pode acontecer por meio do site da Sesipe, no link do cadastro de visitantes;
A Escola Penitenciária (Epen) lançará uma cartilha voltada exclusivamente para os servidores carcerários. Vídeos com as orientações de médicos e profissionais da saúde também foram enviados, por meio do aplicativo, para os celulares dos servidores;
Cadastros de visitantes com vencimento entre os dias 19 de março e 1º de junho, terão sua data de validade estendida até o dia 15 de junho. A medida vai beneficiar mais de 3,5 mil pessoas;
As unidades prisionais passaram a permitir o envio de cartas entre internos e familiares por meio de aplicativo de mensagens. Cada presídio recebeu quatro celulares para essa operação;
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) repassou à Sesipe equipamentos de proteção individual (EPIs) para policiais penais e internos. São máscaras, luvas e álcool em gel, itens a serem divididos entre as unidades prisionais;
Suspensão das visitas aos reeducandos. A medida, iniciada em 12 de março, está alinhada às ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus;
Atendimento dos advogados aos internos passou a ser feito por videoconferência. A implementação está sendo feita em todas as unidades prisionais de forma gradativa;
Início da vacinação contra a gripe de servidores e reeducandos do Sistema Penitenciário. Sentenciadas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) já foram imunizadas. Previsão é que todos os sentenciados estejam vacinados contra influenza em duas semanas;
Serviço de informação via telefone, com o objetivo de repassar aos familiares, de forma individualizada, o estado de saúde dos internos testados positivos para a Covid-19;
Todos os presos que possivelmente tenham tido algum contato com aqueles que já testaram positivo para o novo coronavírus estão sendo monitorados diariamente por meio das equipes de saúde dos presídios;
Corpo de Bombeiros produziu 200 litros de álcool glicerinado e etílico 70% para o Sistema Penitenciário;
Consultórios específicos, com médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde foram montados nas unidades prisionais para avaliar suspeitas de coronavírus;
Instalação de hospital de campanha com dez leitos equipados com suporte de ventilação mecânica e 30 leitos de retaguarda para ventilação no Complexo da Papuda;
Afastamento e isolamento de todos os agentes penais e reeducandos que estiverem com a doença;
Higienização diária das celas com hipoclorito de sódio, componente da água sanitária. O banho de sol tem sido feito em separado e por mais tempo;
Limitação das transferências de pessoas presas – homens e mulheres – da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), localizada na sede da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no Parque da Cidade, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) ou Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), para só uma vez por semana. Anteriormente, eram feitas duas vezes por semana;
Intensificação das triagens de internos que chegam às unidades prisionais. Isso inclui vacinação e avaliação médica realizada pela equipe de saúde;
Implementação da quarentena de 14 dias aos presos recém-chegados ao CDP e a PFDF. Somente após este período eles são encaminhados para a convivência comum com outros presos;
Encaminhamento ao hospital e isolamento em cela separada de qualquer interno que apresente sintomas da doença. Os direcionamentos são feitos pela equipe medica da unidade prisional;
Todos os idosos das seis unidades prisionais do DF foram transferidos para o CDP, exceto mulheres internas da PFDF, e estão isolados da massa carcerária;
A higienização de celas e viaturas foi reforçada. Cartilhas e material informativos foram distribuídos a servidores. As informações foram repassadas aos reeducandos;
Os servidores da Sesipe só estão realizando o Serviço Voluntário de Execução Penal (SVEP) em suas unidades de origem.
Fonte: G1
Créditos: G1