Revista adverte que Lula pode ficar na cadeia até seus últimos dias - Polêmica Paraíba

perpétua?

Revista adverte que Lula pode ficar na cadeia até seus últimos dias

De acordo com uma minuciosa matéria da revista “Veja”, assinada por Laryssa Borges, “Lula nunca esteve tão preso”. A segunda condenação do ex-presidente, desta feita pela reforma do sítio de Atibaia, eleva sua pena a 25 anos de cadeia e ainda há outras seis ações penais na Justiça.

Revista adverte que Lula pode ficar na cadeia até seus últimos dias

A mobilização desencadeada pelo PT nacional, ao ensejo dos 39 anos de fundação da legenda, celebrados ontem, em favor da libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ícone e mentor da criação da agremiação em fevereiro de 1980, não é um artifício para recuperar a credibilidade dela, mas uma preocupação concreta com a saída de circulação do mito do ativismo de esquerda no país. De acordo com uma minuciosa matéria da revista “Veja”, assinada por Laryssa Borges, “Lula nunca esteve tão preso”. A segunda condenação do ex-presidente, desta feita pela reforma do sítio de Atibaia, eleva sua pena a 25 anos de cadeia e ainda há outras seis ações penais na Justiça.

A maioria das seis ações penais é por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Se for condenado em todos os casos à pena mínima, Lula receberá mais 28 anos de prisão Se penalizado com a máxima em todos os casos, acrescentem-se mais 102 anos. Na mais branda das hipóteses de condenação, Lula só obteria a liberdade condicional daqui a dezessete anos quando terá completado 90 anos de idade. “Ou seja, começa a ganhar alguma solidez o risco de que Lula fique na cadeia até os seus últimos dias”, informa “Veja”, lembrando que a legislação não prevê o benefício da prisão domiciliar por motivo de idade. Por razões humanitárias, que em geral envolvem o diagnóstico de doenças graves, condenados podem deixar a cadeia e cumprir a sentença em casa, como ocorreu com o ex-deputado Paulo Maluf. A outra opção para sair da prisão é que Lula ganhe um indulto presidencial. Mas enquanto Jair Bolsonaro estiver no Palácio do Planalto, essa é uma hipótese improbabilíssima.

O ex-presidente – prossegue “Veja” – está preso desde abril do ano passado, depois de ter sido condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá. O Supremo Tribunal Federal vai julgar se considera inconstitucional o cumprimento da pena antes de esgotados todos os recursos. É a única e, provavelmente, a última esperança do ex-presidente de deixar a cadeia. Desde 2016 o próprio STF já analisou o assunto em quatro ocasiões, sempre sinalizando que réus poderiam, sim, ser presos depois que as condenações fossem confirmadas em um tribunal de segundo grau. A defesa de Lula anunciou que vai contestar a sentença da juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro, que escreveu: “O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de presidente da República, de quem se exige um comportamento exemplar enquanto maior mandatário da República”.

Na quarta-feira, 6, a juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na Décima Terceira Vara Federal de Curitiba, condenou o ex-presidente a doze anos e onze meses de cadeia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na reforma do Sítio Santa Bárbara, localizado em Atibaia, no interior de São Paulo. As obras, segundo a sentença, foram bancadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, com dinheiro de esquema criminoso que desviou verbas da Petrobras, repassando-as para a conta bancária de Lula. Em 2015, o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, preso há seis meses, começou a rascunhar uma proposta de acordo de delação na Lava-Jato. Numa pequena folha de papel, anotou um segredo que guardara durante anos e que mudaria o patamar da Lava-Jato. Na época, investigadores ainda tateavam o topo da cadeia de comando da quadrilha da Petrobras. Pinheiro escreveu que o ex-presidente Lula não só sabia do esquema como se beneficiara pessoalmente do dinheiro roubado. Também informou que, a pedido do “chefe”, financiara a reforma no sítio de Atibaia. Com a sentença de agora, o futuro de Lula, que já fora condenado a doze anos e um mês de prisão no caso do tríplex do Guarujá, apresenta-se cada vez mais sombrio.

Fonte: Os Guedes
Créditos: Os Guedes