"rever contratos"

Bolsonaro critica gastos da Caixa com “identidade visual” e promete rever contratos de estatais

O relacionamento institucional do Executivo com as instituições financeiras é previsto em lei e tem previsão orçamentária

Presidente eleito, Jair Bolsonaro, participa de solenidade de formatura de Aspirantes da Escola Naval, na Ilha de Villegagnon, Baia da Guanabara.
Presidente eleito, Jair Bolsonaro, participa de solenidade de formatura de Aspirantes da Escola Naval, na Ilha de Villegagnon, Baia da Guanabara.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) publicou em sua conta no Twitter, na noite desta quinta-feira (13), que irá “rever todos esses contratos” de “publicidade e patrocínio” de bancos públicos como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a Secretaria de Comunicação do governo federal (Secom). O relacionamento institucional do Executivo com as instituições financeiras é previsto em lei e tem previsão orçamentária.

Bolsonaro afirmou, na publicação, ter tomado conhecimento de que só a Caixa gastou R$ 2,5 bilhões com estes contratos, o que classificou como “um absurdo”. O presidente eleito não deixou claro se “rever” significará cancelar os contratos ou reexaminá-los.

A manifestação de Bolsonaro faz alusão à reportagem do site O Antagonista, publicada nesta quinta-feira (13), sobre a indicação do brigadeiro Mozart Farias para cuidar das áreas de inteligência e contratos da Caixa. Assinado por Claudio Dantas, o texto diz que Bolsonaro ficou “indignado”, por exemplo, com o fato de que o banco gastará R$ 800 milhões apenas para reformular sua “identidade visual”.

“Também lhe chamou atenção o gasto de R$ 1 bilhão com patrocínios e R$ 600 milhões em promoção offline, online e publicidade, além de assessoria de imprensa”, diz trecho da publicação.

A irritação de Bolsonaro reforça a sinalização do governo eleito em favor da revisão de contratos em estatais  e dos processos de privatização já iniciados pelo governo Michel Temer (MDB). Como este site mostrou em 20 de novembro, o “guru econômico” de Bolsonaro, Paulo Guedes, sacou sua carta branca para confirmar a criação da chamada Secretaria de Privatizações.

A estrutura começará suas atividades em 2019, em data ainda não definida, e terá como objetivo central acelerar o programa de desestatizações. Escalado para chefiar o “superministério da Economia”, que vai reunir as pastas da Fazenda, do Planejamento e de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Paulo Guedes ainda não deu detalhes sobre o funcionamento da Secretaria de Privatizações. A estrutura será comandada pelo empresário Salim Mattar, proprietário da Localiza Hertz, uma das maiores locadoras de automóvel do país.

Fonte: Congresso em Foco
Créditos: Congresso em Foco