Nilvan Ferreira
Vamos ser sinceros. Os dois candidatos que até agora surgiram no atual cenário, para disputar a prefeitura da capital, com o apoio do governador Ricardo Coutinho, lá em Cajazeiras, minha terra, não empolgariam nem meu amigo Bocão, especialista em bater palmas e puxar palavras de ordem, em defesa de políticos, durante as campanhas eleitorais. Nonato e Estelizabel. Estelizabel e Nonato. Ou os dois nomes numa única chapa. Não importa a ordem que vai aparecer na urna eletrônica.
A preço de hoje e acho muito difícil este quadro sofrer mudanças significativas, os dois nomes apresentados por Ricardo Coutinho se transformaram num dos seus principais problemas. E que problemão heim. Ricardo manda na prefeitura, manda no estado, manda em parte da justiça, manda no ministério público, só não manda nas Muriçocas de Miramar porque Fuba não deixa, e não consegue dormir em paz, só de pensar que pode perder a campanha para algum candidato que represente as oposições.
E tem mais. Os nomes que dispõe o governador para a disputa são tão fracos que podem até morrer já no primeiro turno e Ricardo ser obrigado a anular o voto no segundo round da campanha. Alguém pode até me chamar de louco e incapaz de analisar os fatos, mas esta é a realidade nua e crua. As pesquisas qualitativas que dispõe o governador e sua turma afirmaram exatamente o que estou dizendo e Ricardo ouviu tudo da boca de um especialista no assunto.
Essa coisa de alguém se achar Deus, colocar um candidato qualquer debaixo do braço e botar o povo pra votar é coisa de Lula, que só acontece em fragmentos distantes da nossa história. Lula fez a proeza com Dilma porque tinha um governo bem avaliado, conseguiu estabelecer uma aliança ampla com partidos e segmentos importantes da sociedade e da grande mídia, sem contar que o principal candidato da oposição virou freguês. É um cenário bem diferente do que começamos a vislumbrar aqui na capital. A oposição tem bons e conhecidos candidatos, ambos com densidade eleitoral, testados nas urnas, além de um discurso bem afinado no combate aos deslizes da atual gestão da prefeitura e do estado.
E vou mais além. Ricardo pouco precisa que a oposição desclassifique o seu governo. Ele, com suas ações nefastas, perseguidoras, que visam acabar com conquistas históricas do povo paraibano é o maior opositor do seu próprio governo. O atual governo pode gastar o dobro do que vem usando com a mídia institucional. Pode gastar a vontade. As ações negativas, o comportamento do governador, a antipatia da gestão, fará coro com a voz rouca das ruas, que desaprova o modelo implantado, apartir de janeiro de 2011.
O problema todo não é o nome que disputará a eleição pelo grupo do governador. O “X” da questão está no próprio governo, no governador, na equipe, nas posturas, nas ações, nos métodos usados para conquistar o famigerado equilíbrio fiscal, que matou pessoas e deixou outras convalescendo um suas cadeiras de rodas, causando dor e sofrimento a milhares de pobres e injustiçados paraibanos.