O deputado estadual Anísio Maia, do Partido dos Trabalhadores, insurgiu-se contra a decisão da cúpula nacional do PT de extinguir o processo de eleição direta para escolha de presidente da agremiação, que estava consagrado no estatuto da legenda. Foi, na opinião de Anísio, uma atitude reprovável, inconsequente e incoerente. Textualmente, o parlamentar assim se expressou: “A cúpula do Partido dos Trabalhadores ainda não entendeu o que vem acontecendo no País e está completamente insensível à vontade de mudança que é latente nas bases”.
Adotando uma postura realista e destemida em relação ao próprio partido, Anísio Maia disse ter a impressão de que a grande preocupação do chamado “campo majoritário” do PT é a de permanecer com o domínio da máquina partidária, “custe o que custar”. Ao comentar seu desapontamento com a postura da cúpula, Anísio mencionou que esperava um plano para o fortalecimento da agremiação depois dos insucessos colhidos nas últimas eleições municipais em centros estratégicos ou influentes, como São Paulo.
Anísio estranhou, ainda, que o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores tenha se reunido por dois dias sem chegar a qualquer conclusão sobre como será exercida a agenda de oposição ao governo do presidente Michel Temer, nem tampouco acenar com alternativas para “sairmos da maior crise da nossa história”. Maia repete a cantilena de que o governo de Temer é ilegítimo porque teria sido fruto de um golpe parlamentar, mas frisou que não contemporiza com decisões equivocadas do Partido dos Trabalhadores. E arrematou: “Não podemos viver do passado. Ou o PT muda ou terá seu fim. No que depender da cúpula que aí está, não mudará”. O partido é presidido por Rui Falcão, com base política em São Paulo mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou das discussões e recusou todas as sondagens para assumir, de fato, o comando da legenda. As correntes de esquerda do partido já convocaram um encontro nacional para o dia três de dezembro a fim de tentarem chegar a um consenso.
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Fonte: os guedes