Voto a voto – Até o fim, vai ser uma luta voto a voto. Esse é o tipo de eleição que quem tiver pressão alta, problemas cardíacos e paixão por um candidato ou partido, pode morrer, tamanho o acirramento. Não dá para arriscar um resultado e, por isso, uma força-tarefa das duas equipes de campanha se articula e é distribuída por todo estado para de porta em porta ampliar o capital eleitoral. Para Cássio Cunha Lima (PSDB) a tarefa é tirar a diferença ou, no mínimo, manter a diferença de Ricardo Coutinho (PSB) nas maiores cidades do estado. Há apostas firmes no Cariri, onde o tucano fez comícios relâmpagos esta semana e em cidades como Cajazeiras e Souza, onde tem aliados com forte capacidade de reverter a situação.
No Agreste e Borborema, onde foi muito bem, basta não perder votos e evitar o avanço de RC. Nessas duas regiões, a impressão é que é um voto certo, difícil de mudar. Na capital, Cássio recebeu um reforço muito importante, o de Cícero Lucena. Longe da suposta magoa que guardava de Cássio, que preferiu Wilson a ele na disputa na disputa ao Senado, o tucano tenta diminuir ao máximo a diferença de quase 20% pró RC, onde é conhecido, admirado e tem a gratidão de um bom eleitorado.
Ricardo precisa tirar a diferença dos 28 mil votos do primeiro turno e teve um cenário favorável para isso. Primeiro com o engajamento de Veneziano (PMDB), em Campina Grande, onde RC precisa diminuir a diferença de quase 30% da cidade. Também se beneficiou com a adesão dos Paulino, no Brejo. A briga local com os Toscano, que são cassistas, pode favorecer muito Coutinho. Em João Pessoa e na região metropolitana, com margem de ampliar a vantagem do primeiro turno, ele contou com a dedicação de Lucélio e Luciano Cartaxo e de uma boa parcela de petistas.
Cássio tem a vantagem do apoio da maior parte dos deputados estaduais eleitos. Cerca de 22, incontestavelmente, estão com ele. Inclusive, os cinco mais votados, Manuel Ludgério (PSD), Daniela Ribeiro (PP), João Henrique (DEM), Ricardo Marcelo (PEN), Edmilson Soares (PEN). Mas a de se considerar que a derrota de muitos aliados de RC, gerou um sentimento de luta para garantir espaço que um novo governo pode oferecer. Ficaram de fora, por exemplo, Batinga (PSC), Hervázio (PSB), que caíram em campo para contribuir com e reeleição do governador.
O fato é que, mais uma vez, a batalha será dura e suada. O estado está divido de maneira surpreendente e a busca de fatos novos, denúncias, agressões nas redes sociais, mensagens pelo celular fazem parte da artilharia cega, necessária nesse período do salve-se quem puder.
Último
Cássio, no último guia eleitoral veiculado ontem, agradeceu, com tom emotivo, os abraços, as expressões de entusiasmo e a adesão à campanha dele.
Humano
Lembrou ainda que está mais experiente e preparado para fazer um governo humano. “Se um governo não cuida ou não gosta de cuidar das pessoas, pode ser tudo, menos governo”, pontuou.
Virada
O coordenador do PSB em Cajazeiras, Carlos Antônio (DEM), foi articulador da virada do prefeito de Marizópolis, José Vieira (PTB), que deixou Cássio na véspera da eleição e anunciou apoio a RC.
Votação
Amanhã, Cássio votará no colégio estadual da Prata, em Campina Grande, às 10h45. Ricardo, às 10h, na Fundação Casa de José Américo, na Avenida Cabo Branco, em João Pessoa.
De desconfiar
Um pagamento do estado de R$ 10 milhões a uma gráfica, às vésperas da eleição, de um contrato sem licitação, até os menos desconfiados ficam com a pulga atrás da orelha. O TCE barrou.
Desmentiu
A notícia de que o deputado federal reeleito Damião Feliciano (PDT) teria sido preso por compra de voto em São José do Ramos se espalhou rapidamente, ontem pela manhã. Mas ele correu para desmentir. Disse que não passou pela cidade foi uma notícia mentirosa e plantada. “Eu tenho responsabilidade. Não houve absolutamente nada disso”, disse Damião. A polícia só confirmou que um carro foi apreendido, não divulgou nomes.
Felizmente
Baseado na constituição, o juiz corregedor do TRE, Tércio Chaves, negou a tentativa da coligação “A Força do Trabalho” de calar veículos de comunicação e jornalistas por três dias, alegando excesso de críticas e favorecimento a Cássio.
Intimidação
Pior que “extrema direita” ou um regime ditatorial, é uma duvidosa “esquerda” xiita (quase esquizofrênica), no meio da democracia. Age de forma idêntica, a essência da coação e da repressão é a mesma.
Atraso
Tentar intimidar jornalistas porque, simplesmente, é incapaz de enfrentar a adversidade e o contraditório, é autoritarismo anacrônico. É decepcionante olhar pra frente e ver a imagem que já passou.
Aposta sexual
Em Guarabira, a população só fala de aposta entre jovens da cidade. Se o candidato ao governo de uma garota perder, ela promete fazer sexo com um jovem do grupo. Se o candidato adversário ganhar, a garota recebe uma quantia em dinheiro. Só faltava essa.
Entusiasmado
O senador eleito Zé Maranhão não entrou na campanha de RC de mansinho, não. Foi de cabeça. Além de forte participação no guia, foi entusiasmado pra os eventos finais.