Polêmicas

Agora, depois do clima de “derrota antecipada” para Dilma, o pós-eleição, os institutos se preparam para regressar, tão tarde ao terreno da realidade. Por Fernando Brito

Nem tive pressa em comentar os resultados de ontem do Ibope e do Datafolha porque, a esta altura, tornou-se evidente que ambos dançam um balé de conveniência, minimizando os riscos desde a sua relutância em antecipar o que todos já sabiam: que Marina Silva tinha ficado muito para trás, se é que um dia esteve tão à frente quanto as pesquisas mostravam.

Agora, depois do clima de “derrota antecipada” para Dilma, o pós-eleição, os institutos se preparam para regressar, tão tarde ao terreno da realidade. Por Fernando Brito

cry

Pesquisas “se preparam” para mostrar Dilma na frente.

Nem tive pressa em comentar os resultados de ontem do Ibope e do Datafolha porque, a esta altura, tornou-se evidente que ambos dançam um balé de conveniência, minimizando os riscos desde a sua relutância em  antecipar o que todos já sabiam: que Marina Silva tinha ficado muito para trás, se é que um dia esteve tão à frente quanto as pesquisas mostravam.

A razão disso é simples e perceptível a qualquer um: Marina tirava mais de Dilma do que de Aécio e o que dele tirava foi “devolvido” antecipadamente na votação de primeiro turno. Mas isso contribuía, como a própria Marina, viu-se, para a criação de um clima antigoverno que todo o partido da mídia construía.

O que era natural na primeira pesquisa – como eu registrei aqui,chamando de  ”semana Aécio” a que se seguiu ao primeiro turno, com a surpresa e os apoios que o tucano amealhou, agora já fica “perigosamente” artificial para a máquina de propaganda que precisa manter-se minimamente crível.

Agora, depois de terem criado o clima de “derrota antecipada” que marcou, para Dilma, o pós-eleição, os institutos se preparam para regressar, tão tarde quanto possível, ao terreno da realidade.

Aécio na frente, mas de um jeito que pode ficar para trás, “sem traumas” de credibilidade.

O Datafolha se vacina: “potencial de Dilma é maior entre os indecisos”, “cresce a rejeição de Aécio”, “cresce aprovação do governo”, etc…

O Ibope segue o mesmo caminho, como registra o Estadão: “A única novidade revelada pela pesquisa foi a melhora da avaliação do governo. A parcela da população que o considera ótimo ou bom subiu de 39% para 43%. A taxa de regular oscilou de 33% para 31%, e a de ruim ou péssimo, de 27% para 25%.O desempenho pessoal de Dilma na Presidência da República recebeu aprovação de 54% dos entrevistados – cinco pontos porcentuais a mais do que na semana anterior. Já os que desaprovam a presidente passaram de 44% para 40%.”

Como na dança, também nossas pesquisas seguem o rito da insinuação real e da negativa formal.

Curioso é, também, como a falta de propostas leva os candidatos vazios à tática do “coitadismo”.

Antes Marina, agora Aécio, partem para o “olha como estão me batendo, coitado de mim”.

Na verdade, quando começam a ser criticados, sua defesa não é enfrentar os fatos, mas dizer que são agressões.

Até porque, se não for sua adversária, não será a mídia que exporá.

A campanha eleitoral não será para Aécio como seu emprego juvenil na Câmara dos Deputados (e ainda falta aparecer o do Cade, antes dele).

Nela, ele vai ter de aparecer.

E pode ser visto como é, apesar do fanatismo conservador escondê-lo tanto quanto possível.