PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O painel que une Anayde Beyriz, João Dantas, Juarez Távora e João Suassuna -  Por Sérgio Botelho

Paraíba - No Museu da História da Paraíba, com sede no antigo Palácio da Redenção, inaugurado nesta sexta-feira, 03, um painel reúne Anayde Beiriz, João Dantas, Juarez Távora e João Suassuna. Os quatro foram contemporâneos, como figuras de proa, do mais transformador acontecimento político da história da Paraíba, representado pela Revolução de 1930.

Assim, porque independente da visão favorável ou crítica que eventualmente se tenha sobre aqueles acontecimentos, próximos de completarem 100 anos, é preciso reconhecer que a trajetória política paraibana é uma antes e outra depois daqueles fatos.

A história começou com a eleição presidencial de 1930, a vitória do paulista Júlio Prestes, o assassinato de João Pessoa e o golpe que pôs Getúlio Vargas, o derrotado daquele pleito, na Presidência da República. João Pessoa, vice na chapa de Getúlio, foi assassinado em 26 de julho. João Dantas, seu algoz, morreu, segundo nove entre dez historiadores, assassinado na Casa de Detenção do Recife.

Anayde Beiriz, noiva de Dantas, cometeu suicídio (com sérias dúvidas a respeito). João Suassuna, que governara a Paraíba no período imediatamente antes de João Pessoa, foi assassinado em 9 de outubro no Rio de Janeiro, como retaliação.

Enquanto isso, Juarez Távora liderou as forças da Aliança Liberal que tomaram o Norte (que incluía as atuais regiões do Norte e do Nordeste), e ganhou a alcunha de vice-rei de toda essa enorme parte do Brasil.

A aproximação desses nomes, no mesmo painel, cria uma leitura direta daquele período turbulento, que só um museu é capaz de promover. O visitante enxerga, num único campo visual, afetos, política e violência. Vê como biografias individuais se cruzam com a história do estado e do país.

O painel convida a comparar trajetórias, a checar fatos e perfis, e a buscar compreender singularidades nas narrativas produzidas em meio ao conflito. A solução expográfica atiça a curiosidade do visitante sobre a memória pública da Paraíba. Reforça que 1930 não cabe de forma rigorosa nas tarjas de heróis e de vilões, mas em escolhas, tensões e perdas que atravessaram famílias, instituições e a própria cidade.

(Aproveito o ensejo para lembrar que o museu, de forma permanente, abrirá de terça-feira a domingo, portanto, um generoso espaço para visitação).

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.