Paraíba - Esta sexta-feira, 03 de outubro de 2025, ficará marcada na história da cultura paraibana como o dia de inauguração do Museu da História da Paraíba. Ele vai ocupar um prédio entre os mais representativos da trajetória urbana de João Pessoa, a partir de suas primeiras elaborações físicas, no caso, sob a condução da Companhia de Jesus.
Na verdade, originalmente eram três as obras projetadas pelos Jesuítas na cidade que nascia no Século XVI: o convento, a igreja e o colégio. Em frente, o Largo, obedecendo a uma lógica espacial bastante comum na história das cidades iniciadas pelos povos católicos.
A capela começou dedicada a São Gonçalo e depois passou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Com essa denominação foi abaixo no final da década de 1920, quando se abriu o jardim onde hoje está o Memorial de 1930 e os restos mortais do ex-presidente João Pessoa.
O prédio do convento, muito transformado ao longo do tempo, virou o Palácio da Redenção. Abrigou capitães-mores no período colonial, presidentes da província, no período imperial, enfim, presidentes (até 1930) e governadores do estado após a instalação da República.
O colégio dos jesuítas virou Liceu Paraibano e, mais tarde, abrigou a Faculdade de Direito. A torre ao lado do edifício atual é a parte física que restou da antiga igreja que foi ao chão. Igreja onde o imperador Pedro II e sua mulher Tereza Cristina assistiram à Missa do Galo em 1859.
O largo em frente, seguindo o traçado da maioria dos espaços em frente às igrejas católicas (exceção é da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, no Varadouro, que continua Largo), virou Passeio Público, Praça Comendador Felizardo e, enfim, Praça João Pessoa, a partir de 1930.
Num dos lados da praça fica o edifício do Tribunal de Justiça, que originalmente serviu à Escola Normal, após o educandário liberar o prédio que ocupava na General Osório, o mesmo onde hoje funciona a Biblioteca Pública. Um ambiente, o do passeio e seu derredor, emoldurado pelas palmeiras imperiais que adornam a praça, onde se respira história por toda a parte.
É nesse cenário fortemente pessoense-paraibano onde o governador João Azevedo vai inaugurar o novo Museu da História da Paraíba, nesta data, uma providência que servirá não apenas para guardar a memória estadual, mas sobretudo para ser um farol educacional inestimável às novas gerações.