
O governador João Azevêdo entregará na sexta-feira (3) uma relíquia preciosa para o público ao reabrir o Palácio da Redenção, na Praça dos Três Poderes em João Pessoa, como o Museu de História da Paraíba, um novo espaço destinado à preservação da memória política e cultural do Estado. Nas palavras do governador, “o Palácio da Redenção, agora, será o Palácio do Povo da Paraíba”. Construído em 1586, o prédio já foi residência de jesuítas e sede do Poder Executivo, tendo passado por um processo de restauração na gestão de João Azevêdo, que demonstra compromisso com a valorização do acervo patrimonial histórico paraibano, como uma espécie de exemplo para atender, sobretudo, às expectativas das novas gerações despertadas para o conhecimento acerca de períodos épicos e repletos de acontecimentos marcantes, tais como a Revolução de 1930. É um marco extraordinário que fica como legado da atual gestão para a posteridade.
O professor Francisco Pereira da Silva Júnior, artista plástico, membro da Academia Paraibana de Letras e gerente operacional do Museu de História da Paraíba Palácio da Redenção, lembra que a decisão, por parte do governador João Azevêdo, de transformar o ambiente em Museu foi tomada em 2021 e teve como filosofia abrigar informações relacionadas à história da Paraíba, da fundação aos dias atuais. Essa decisão exigiu uma profunda restauração do edifício e sua adaptação para atender esta finalidade, sem alterar suas feições originais, exceto aquelas minimamente necessárias e permitidas pelos órgãos de proteção histórica. “É importante compreender que é o próprio edifício com seus pertences que constituirá, em si, parte significativa da museologia, quando os visitantes poderão apreciar a arquitetura, seus adornos, objetos históricos e artísticos e, mais ainda, penetrar os lugares mais recônditos antes frequentados apenas pela elite política e social”, frisou. As intervenções feitas tiveram a coordenação da Suplan e envolveram a mobilização da Secretaria de Cultura e de outras Pastas, seguindo orientação do Iphaep.
De acordo com o professor Chico Pereira, o Museu de História da Paraíba tem como fulcro de sua museologia a evolução histórica do Estado e os diferentes episódios em que a Paraíba e sua gente estiveram, e continuam, presentes no panorama da história brasileira, destacando-se os acontecimentos que levaram à Revolução de 1930 seguindo a linha do tempo histórico que se inicia com as várias tentativas de europeus para conquistar o lugar, as guerras movidas aos povos indígenas e a resistência deles, o período da expansão colonial até chegar à configuração territorial das suas fronteiras, detalhando os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais através de sua geo-história. Para atender a essas finalidades, o Museu se utiliza de mídias analógicas e digitais, aproveitando-se da própria configuração dos espaços arquitetônicos, onde os elementos artísticos integrados serão objetos de contemplação e compreensão da própria história palaciana. Chico Pereira lembra que haverá espaço para exposições temáticas, miniauditório, cafeteria e loja de souvenir, salas de leituras e consultas digitais, entre outros ambientes destinados às atividades administrativas, técnicas, educacionais e de pesquisas, além de oficinas de manutenção e restauração, distribuídas entre o Palácio e os anexos, incluindo um grande espaço externo para a realização de eventos culturais, artísticos e de lazer. Com vistas à circulação de pessoas portadoras de necessidades especiais, será instalado um elevador no Palácio, bem como uma estação elevatória na área de eventos. “Como residência dos governadores, o antigo convento foi gradativamente se transformando em sede da administração provincial, chegando ao Segundo Reinado sem deixar para a posteridade imagens das suas transformações, do interior e das suas fachadas, registros que só surgiram em fotografia, tardiamente chegando à Paraíba apenas no final do século 19. Posteriormente, outras modificações e reformas viriam ser feitas, estas no período republicano”, menciona Chico Pereira.
O gerente operacional do museu da História da Paraíba lembra que ao assumir a presidência da Paraíba em 1928 João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque promoveu uma reforma no edifício, que incluiria a demolição da igreja do conjunto para dar lugar a um jardim lateral, ficando a torre do templo incorporada ao prédio do antigo Liceu. Nesse período, o presidente João Pessoa usaria para despachos uma residência localizada na praça da Independência, imóvel recentemente restaurado, nele se instalando o Museu da Cidade de João Pessoa, inaugurado em 2021. Chico Pereira ressalta q2ue com a transformação do Palácio da Redenção em Museu, decidiu o governador João Azevêdo seguir seu próprio exemplo em não abandonar o Centro Histórico, transferindo suas atividades administrativas para um edifício histórico da Capital, numa das áreas mais antigas da cidade, até recentemente sede do Comando Geral da Polícia Militar. “Continuará o Palácio da Redenção como a referência de grandes acontecimentos da história paraibana e lugar onde o governante continuará recepcionando pessoas ilustres”, informa Pereira, enaltecendo o simbolismo relevante da iniciativa ousada do atual chefe do Poder Executivo.