Opinião

Há algo estranho na Oposição: Os Cunha Lima vão abandonar Efraim? - Por Gildo Araújo

Quem acompanha a política paraibana tem visto, desde o início das articulações para 2026, que o senador Efraim Filho, assim como fez

Há algo estranho na Oposição: Os Cunha Lima vão abandonar Efraim? - Por Gildo Araújo

Quem acompanha a política paraibana tem visto, desde o início das articulações para 2026, que o senador Efraim Filho, assim como fez em 2022, decidiu de forma antecipada lançar sua pré-candidatura ao governo do estado da Paraíba.

Durante suas caminhadas, sempre manteve contatos com os principais protagonistas da política paraibana, essencialmente os que fazem oposição ao governo de João Azevedo.

Vislumbrando aumentar seu contingente de apoios, o parlamentar passou a visitar diversas lideranças políticas em todo o estado, concedendo entrevistas em vários meios de comunicação (rádios, TV, portais, blogs e podcasts).

Nas eleições de 2024, já visando sua futura postulação a governador, apoiou diversos prefeitos no interior, tendo Campina Grande, a segunda maior cidade em número de eleitores na Paraíba, como seu maior foco.

Ali estava em disputa pela prefeitura seu principal aliado do União Brasil, Bruno Cunha Lima, que, ao lado do senador Veneziano Vital (MDB), de Pedro Cunha Lima (PSD), do deputado Romero Rodrigues (Podemos) e do ex-senador Cássio Cunha Lima, saiu vitorioso do pleito, quando realizaram uma grande festa na Rainha da Borborema.

De lá para cá, confiante de que a recíproca seria verdadeira, a pré-candidatura de Efraim Filho deu uma subida parecida com o “foguete” das eleições de 2022.

Com as movimentações de Brasília, onde o seu partido (UB) passou a ventilar a possibilidade de uma federação com o Progressistas, o que aconteceu recentemente, e com amplas chances de a federação ter um de seus representantes na chapa da direita em 2026, leia-se o senador Ciro Nogueira (PP), o senador de imediato fez uma movimentação junto ao ex-ministro Marcelo Queiroga (PL) e passou a ser considerado o candidato natural da direita na Paraíba, mesmo sabendo que ainda existe uma remota possibilidade de a federação ficar sob o comando dos Ribeiros na Paraíba, até porque o pré-candidato a governador pelo Progressistas, Lucas Ribeiro, já declarou que votará pela reeleição do presidente Lula no estado.

Depois de todas essas movimentações, eis que um fato novo acontece nas hostes oposicionistas: a chegada do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, ainda do PP. Ele foi logo de imediato “assediado” pelo senador Veneziano Vital, que estava ficando numa situação difícil diante dos apoiadores do governo Lula, que não aceitariam que o senador viesse a compor com Efraim Filho, já que ideologicamente não teria muito sentido, embora, um pouco lá atrás, tenha havido uma fala do senador de que, caso Efraim Filho fosse candidato, ele poderia até votar em Efraim, mas não em Marcelo Queiroga.

Para Veneziano, a pré-candidatura de Cícero Lucena caiu como uma luva, já que se encaixa dentro do seu projeto de reeleição. Prova disso é que já articulou sua filiação ao MDB e levou o “Caboclinho” para um encontro com o presidente nacional do PT, Edinho Silva.

Mas o ponto que mais chamou atenção em tudo isso foi o fato de o prefeito da capital paraibana ter se encontrado com Cássio Cunha Lima em Brasília, uma semana depois de ter estado com Efraim Filho. Aliás, depois desse encontro, as informações de bastidores dão conta de que os Cunha Lima poderão apoiar a candidatura de Cícero Lucena, indicando Pedro Cunha Lima (PSD) ou Romero Rodrigues (Podemos) para compor a chapa como vice, o que aumenta consideravelmente as chances de Cícero Lucena chegar ao segundo turno das eleições de 2026. Isso indubitavelmente significa que os Cunha Lima poderão abandonar de vez o apoio à pré-candidatura de Efraim Filho. Isso nos remete ao que disse Leonel Brizola: “A política ama a traição e odeia o traidor”.

Caso isso aconteça, é claro que o grupo Cunha Lima deverá ter uma conversa para tentar minimizar a revolta do senador Efraim Filho, que até agora foi leal com todos, inclusive com o prefeito Bruno Cunha Lima, a quem ofereceu o partido para ser candidato e tem ajudado com recursos oriundos de suas emendas parlamentares.

Diante de tudo isso, já se pode especular que, com a chegada de Cícero Lucena, a animosidade se volta agora para as oposições da Paraíba. Sabe-se que o primeiro a abandonar o “barco” deverá ser o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), que, inclusive, poderá figurar até como vice na chapa de Lucas Ribeiro (PP), representando a cidade de João Pessoa.

E mais: caso tenhamos segundo turno na Paraíba e tudo se mantenha da forma descrita, não temos dúvida de que, se o senador Efraim Filho não for para o segundo turno, poderá dar o troco e passar a apoiar a candidatura de Lucas Ribeiro. Como se diz: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” (Mateus 26:52).

Quem viver, verá!

Fonte: Gildo Araújo
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