O silêncio que domina os corredores da OAB-PB terminou rompido em audiência do Ministério Público do Trabalho. Sob juramento, uma ex-funcionária da instituição relatou que a secretária-geral adjunta da Ordem, Larissa Bonates, tornou-se conhecida não pelo diálogo, mas pela prática de repreensões públicas, gritos e humilhações diante dos colegas de trabalho.
Segundo a declarante, não se tratavam de casos isolados. Bonates teria chamado servidores de “lentos” e “improdutivos” em voz alta, na frente de todos. O que deveria ser comando institucional se transformou em espetáculo de constrangimento.
A cena descrita é simbólica: a Ordem, que se apresenta como guardiã da dignidade e da cidadania, abriga no topo de sua gestão uma prática incompatível com o discurso de valorização humana que exibe em eventos e solenidades. O abismo entre o que se proclama e o que se pratica nunca pareceu tão profundo.
Se confirmadas, tais atitudes expõem não apenas a fragilidade de uma liderança que confunde respeito com autoritarismo, mas também a incoerência de uma instituição que, no discurso, “abomina o assédio”, mas que, na prática, o tolera quando parte de seus próprios dirigentes.
Por fim, o episódio deixa uma pergunta inevitável: Quem protege os advogados, e agora também os funcionários, quando a violência vem de dentro da própria “Casa da Cidadania”?