Paixão brasileira

Carlo Acutis, o “santo millennial”, tinha Pelé como ídolo e devoção a Nossa Senhora Aparecida

Carlo Acutis, o “santo millennial”, tinha Pelé como ídolo e devoção a Nossa Senhora Aparecida

Canonizado no último domingo (7), Carlo Acutis, conhecido como o “santo millennial”, ganhou notoriedade por ter usado a internet como instrumento de evangelização, mas sua trajetória também guarda fortes laços com o Brasil. O adolescente italiano, morto em 2006 aos 15 anos, não apenas conhecia a história de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país, como também tinha o Rei Pelé como ídolo no futebol.

A coincidência entre datas reforça essa ligação espiritual: Carlo morreu em 12 de outubro, dia da celebração de Nossa Senhora Aparecida, e foi canonizado em 7 de setembro, data da Independência do Brasil. Segundo o escritor argentino Jesús María Silveyra, autor da biografia São Carlo Acutis – Uma Biografia, o jovem e sua mãe mantinham uma relação espiritual especial com os brasileiros.

Legado e Fé de Carlo Acutis

Apesar da vida curta, Carlo deixou uma marca duradoura. Gamer, torcedor do Inter de Milão e apaixonado por animais, também nutria uma fé sólida desde a infância. Após sua primeira comunhão, aos sete anos, nunca deixou de ir diariamente à missa. Em casa, dizia que a internet poderia ser usada tanto para o mal quanto para o bem, defendendo que fosse transformada em “um altar” — visão que fez dele um verdadeiro “influencer da fé” antes mesmo do termo se popularizar.

Entre os dois milagres reconhecidos pelo Vaticano para a canonização, está a cura de um menino brasileiro de Mato Grosso do Sul, diagnosticado com uma doença terminal e que recuperou a saúde após tocar em relíquias do jovem. Para Silveyra, o episódio reforça a proximidade entre a história de Carlo e o Brasil.

Devoto de Maria, Carlo chegou a dizer: “Maria é a única mulher da minha vida”. A mãe, Antonia Salzano, revelou em entrevistas que ele mantinha uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em casa.

Paixão brasileira e canonização

Agora, com a canonização, a Igreja Católica passa a reconhecer oficialmente como santo o adolescente que, além de fé e devoção, carregava no coração uma paixão tipicamente brasileira: o futebol de Pelé.