Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares da oposição intensificaram nesta terça-feira (9) as críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes. Deputados e senadores aliados do ex-chefe do Executivo acusaram o magistrado de fraude processual, perseguição política e abuso de autoridade, pedindo a suspensão imediata do processo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, afirmou que uma perícia em documentos do STF comprovaria manipulação em decisões assinadas por Moraes. Segundo ele, uma sentença que determinou buscas contra empresários em agosto de 2022 teria sido redigida seis dias após a data oficial registrada. “A sentença foi produzida seis dias depois e lançada como se tivesse sido feita no dia que ele tomou a decisão”, disse.
As denúncias se somam às declarações de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que relatou ter recebido pedido para auxiliar na fundamentação de uma decisão já executada. Para a oposição, as revelações confirmam a necessidade de uma investigação e da abertura da chamada “CPI da Vaza Toga”.
Parlamentares como Marcel Van Hattem (Novo) e Jorge Seif (PL) classificaram Moraes como “tirano” e “violador de direitos humanos”, acusando-o de usar o Judiciário de forma ilegal para perseguir adversários. Já o senador Eduardo Girão (Novo) afirmou que o voto do ministro no julgamento de Bolsonaro estaria “eivado de vingança”.
Além da suspensão do processo, a oposição defende o impeachment de Alexandre de Moraes e a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar sua conduta. O senador Esperidião Amin (PP) já protocolou pedido de CPI no Senado, enquanto o deputado Carlos Jordy (PL) coleta assinaturas para uma CPMI.