Nos últimos anos, pesquisadores e profissionais de saúde têm observado com mais atenção um comportamento que, embora não seja novo, vem ganhando visibilidade: homens que mantêm relações sexuais com outros homens, mas não se identificam como gays ou bissexuais.
Em sua maioria, são homens que se declaram heterossexuais, mas que mantêm relações sexuais com outros homens de forma pontual e sigilosa. Os encontros costumam ocorrer em ambientes privados ou digitais, distantes dos espaços tradicionais de socialização LGBTQIAPN+.
Identidade versus prática
Para muitos, essas experiências não mudam a forma como se enxergam. Eles continuam a se definir como héteros, argumentando que um ato sexual isolado não define sua orientação, mas apenas o comportamento.
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Fatores que influenciam o fenômeno
Especialistas apontam múltiplas razões que explicam o comportamento:
- repressão cultural e religiosa;
- padrões rígidos de masculinidade;
- medo do estigma social;
- ideia equivocada de que a orientação sexual está apenas ligada à identidade declarada, e não às práticas vividas.
Questão de saúde pública
Segundo o Ministério da Saúde, o grupo HSH é considerado prioritário em políticas de prevenção de ISTs, já que o sigilo e a falta de diálogo aumentam a vulnerabilidade. Muitos não se reconhecem como público-alvo das campanhas voltadas à comunidade LGBTQIAPN+, o que dificulta a eficácia das ações.
