Nesta terça-feira

Por iniciativa de Guguinha, Câmara de João Pessoa aprova repúdio contra falas xenofóbicas de vereador de SC

O parlamentar pessoense destacou que o Nordeste é referência em produção de energia limpa, inovação e cultura, além de ser responsável por grande parte da força de trabalho do país.

Por iniciativa de Guguinha, Câmara de João Pessoa aprova repúdio contra falas xenofóbicas de vereador de SC

Paraíba - A Câmara Municipal de João Pessoa aprovou, nesta segunda-feira (25), um voto de repúdio apresentado pelo vereador Guguinha Moov Jampa (PSD) contra o vereador Mateus Batista (União Brasil), de Joinville (SC), após declarações consideradas xenofóbicas contra nordestinos e nortistas.

O vereador de Joinville defendeu, em entrevistas e nas redes sociais, a criação de um “controle migratório” para limitar a chegada de pessoas do Norte e Nordeste a Santa Catarina. Segundo ele, sem essa medida, o estado “viraria um grande favelão”. O discurso foi amplamente criticado e classificado como discriminatório.

Na tribuna, Guguinha rebateu: “Não somos um problema. Somos parte da solução. O nordestino não é um invasor, não é um fardo. Temos o direito de ir e vir, de buscar trabalho e dignidade. O que transforma uma cidade em um ‘favelão’ não é a chegada do povo que trabalha, mas a desigualdade e a falta de vontade política de quem governa, afirmou.

O parlamentar pessoense destacou ainda que o Nordeste é referência em produção de energia limpa, inovação e cultura, além de ser responsável por grande parte da força de trabalho do país.

O requerimento aprovado classifica as falas de Batista como “xenofóbicas, preconceituosas e racistas” e pede que sejam rejeitadas por toda a sociedade, autoridades e pelo Ministério Público.

O caso também repercutiu em Santa Catarina. A vereadora Vanessa da Rosa, de Joinville, criticou o colega, afirmando que ele agride a memória de milhares de migrantes que ajudaram a construir a cidade.

Mateus Batista, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), tentou se justificar dizendo que não é contra a migração, mas defende que municípios possam regular a chegada de novos moradores com base na capacidade dos serviços públicos. Ele afirmou ter levado a proposta ao deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) para discussão nacional.