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"Não importa se são crianças" áudio vazado de ex-militar israelense diz que 50 mil mortes eram necessárias, segundo CNN

Haliva chefiava a inteligência militar israelense durante os ataques de 7 de outubro e renunciou em 2024.

Aharon Haliva em conferência. Foto: Reprodução / Reuters
Aharon Haliva em conferência. Foto: Reprodução / Reuters

“Por tudo o que aconteceu em 7 de outubro, para cada pessoa em 7 de outubro, 50 palestinos devem morrer”, disse o Major-General Aharon Haliva, das Forças de Defesa de Israel (IDF), nas gravações divulgadas pelo Canal 12 de notícias de Israel na sexta-feira. “Não importa agora se são crianças.”

Ele se referia ao ataque do Hamas às forças israelenses em 2023. Na época, ele era diretor do exército e renunciou em abril de 2024, devido a sua responsabilidade, sendo o primeiro oficial sênior das Forças de Defesa de Israel (IDF) a renunciar.

Na época do ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023 — que deixou 1.200 mortos — Haliva chefiava a inteligência militar das Forças de Defesa de Israel (IDF). Ele renunciou em abril de 2024, assumindo responsabilidade pelas falhas na prevenção do ataque. Foi o primeiro alto oficial israelense a deixar o cargo por esse motivo.

A data da gravação não foi revelada, mas, segundo a CNN, o número de mortos em Gaza ultrapassou 50 mil em março de 2025.

Em outro trecho, Haliva afirma:

“De tempos em tempos, eles precisam de uma Nakba para sentir o preço.”

A expressão Nakba (ou “catástrofe”, em árabe) faz referência ao êxodo forçado de cerca de 700 mil palestinos durante a fundação do Estado de Israel, em 1948.

Em nota, o Hamas destaca que o áudio “confirma que os crimes contra nosso povo são decisões de alto nível e políticas oficiais da liderança israelense”.

Haliva, por sua vez, lamentou o vazamento e declarou que as falas foram retiradas de “fragmentos parciais” ditos em um fórum fechado, que “não refletem o quadro completo” e tratam de assuntos “altamente confidenciais”.

O governo de Israel nega repetidamente as acusações de genocídio, alegando que suas ações seguem o direito internacional.