O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que “não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer” em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo após as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump.
Em entrevista ao jornal Washington Post, divulgada nesta segunda-feira (18/8), Moraes ressaltou que, apesar de estar na lista de sanções da Lei Magnitsky — sobretudo por sua atuação como relator da ação penal contra Bolsonaro —, o julgamento seguirá conforme previsto.
“Não há a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, reiterou o ministro. “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido.”
O presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, agendou o julgamento do núcleo 1 da ação penal, que inclui Bolsonaro e aliados, para setembro, após pedido de Moraes.
Foram convocadas sessões extraordinárias para 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025, das 9h às 12h, além de uma sessão extraordinária no dia 12, das 14h às 19h. O ministro também convocou sessões ordinárias para 2 e 9 de setembro, das 14h às 19h.
Trama golpista
Bolsonaro e aliados — entre eles o ex-ministro Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid — são réus por tentativa de golpe, com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022 e manter o então presidente no poder.
O julgamento será presencial. Além do núcleo central, que envolve o ex-presidente, outros três grupos também respondem criminalmente por participação na tentativa de golpe, mas ainda sem data definida para análise pelos ministros da Primeira Turma. Os três núcleos permanecem na fase anterior ao julgamento, sem que tenha sido aberto o prazo para apresentação das alegações finais.
Metrópoles