O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14/8) que não há clima político para conceder anistia a quem teria planejado matar autoridades, em referência ao Projeto de Lei da Anistia, que propõe perdão político aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília (DF).
A declaração foi dada em entrevista à GloboNews e também abordou o suposto plano “Punhal Verde e Amarelo”, que, segundo investigações, teria contado com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
“Pelo menos com quem eu converso, não vejo clima para anistiar quem planejou matar pessoas. Há, sim, uma preocupação com penas exageradas, e talvez um projeto alternativo tenha um ambiente melhor entre partidos de centro”, disse Motta.
O parlamentar acrescentou que a análise da proposta seguirá os trâmites internos da Casa:
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“Acho que as pautas devem continuar sendo levadas ao colégio [de líderes] e lá eles decidem por aquilo que tem maioria para levar para a pauta da Casa, ou não. Nós vamos, no foro adequado, decidir aquilo que vai ser pautado ou não”.
Bolsonaro e a justiça
O ex-presidente é réu no chamado núcleo crucial da trama golpista, denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na noite de quarta-feira (13/8), sua defesa apresentou as alegações finais na ação penal que tramita na Primeira Turma da Corte.
Com a conclusão dessa etapa, o julgamento de Bolsonaro e de outros sete aliados se aproxima. Eles foram denunciados por participação em uma suposta trama para manter o ex-chefe do Executivo no poder após as eleições de 2022 e assassinar Lula, Alckmin e Moraes.
