O influenciador digital paraibano Hytalo José Santos Silva, conhecido como Hytalo Santos, está sendo processado pela pastora Renálida de Lima Souza Paiva Silva, que o acusa de tê-la impedido de entrar em um imóvel registrado em seu nome e destinado à instalação de uma igreja.
O caso, que tramita na Justiça desde 2024, envolve um galpão comercial avaliado em R$ 530 mil, localizado em Cabedelo.
Segundo a petição inicial, Renálida afirma ser a legítima proprietária e que teria cedido o espaço temporariamente a Hytalo para a realização de uma obra social e construção de um templo.
No entanto, dias após o início das obras, ela alega que o influenciador passou a adotar “condutas arbitrárias”, como proibir sua entrada, instalar câmeras de vigilância e orientar trabalhadores a impedir seu acesso.
Ainda de acordo com a pastora, seus pertences foram entregues a um familiar “em uma sacola plástica” e, mesmo após notificação extrajudicial para desocupação até 24 de setembro de 2024, Hytalo teria trocado fechaduras e colocado correntes no imóvel, mantendo a obra em ritmo acelerado.
Na ação, Renálida solicita a retomada imediata do imóvel, perda de quaisquer benfeitorias realizadas e dispensa de indenização, além do pagamento de custas e honorários pelo réu.
Hytalo, por sua vez, contesta as acusações e afirma que não houve apropriação indevida. Ele alega que houve pagamento pelo imóvel, cujo objetivo final seria a doação ao CNPJ da igreja, mas que o bem foi registrado no nome de Renálida “por erro ou dolo”. O influenciador pede a anulação da transação e a reversão do registro.
Quem é a “pastora do Pix”?
Renálida Lima, de 40 anos, é pastora, cantora e influenciadora digital com mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais. Conhecida por transmissões diárias de orações e mensagens bíblicas, ganhou o apelido de “pastora do Pix” por pedir transferências bancárias em troca de votos e orações.
Em vídeos, ela sugere que os fiéis doem valores correspondentes à própria idade ou, no mínimo, R$ 7, como forma de “propósito” com Deus.
O estilo de vida de luxo, com viagens, roupas de grife, joias e procedimentos estéticos, também gera críticas. Ela já foi chamada de “Gretchen gospel” e “Jezabel gospel” nas redes sociais, e chegou a cobrar R$ 50 de ingresso para participação em cultos.
As polêmicas se intensificaram após críticas do pastor Anderson Silva, de Brasília, que a acusou publicamente de ser uma “estelionatária da fé”. Renálida ingressou na Justiça pedindo indenização de R$ 15 mil.
Anderson, em audiência, disse que a pastora representa “uma geração de falsos sacerdotes” e que o objetivo de ações judiciais como essa é mostrar para o público, supostamente, o lado de quem Deus estaria. “Um processo ganho por um falso pastor produz a narrativa que Deus está com ele e seus feitos são legítimos”, considera.