Paraíba - A cidade de João Pessoa e, consequentemente, o Estado da Paraíba (criado como capitania em 1574), completam oficialmente, neste 5 de agosto de 2025, 440 anos de fundação. Entre a referida data e o ano de 1930 foi chamada de Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, Filipeia de Nossa Senhora das Neves, Frederica (sob domínio holandês), Parahyba e, enfim, João Pessoa, até os dias de hoje.
Contudo, sobre esse marco temporal histórico há discordâncias. O debate gira em torno de dois momentos distintos daquele ano seminal do Século XVI, sobre o qual não existe conflito, que poderiam ser entendidos como atos fundadores da Capitania Real da Paraíba.
De um lado, está o 5 de agosto. Neste dia foi selada a paz entre os conquistadores e os indígenas. A trégua abriu caminho ao povoamento e consagrou a inspiração religiosa da futura cidade, Nossa Senhora das Neves, que virou sua padroeira, já que era o dia dedicado à santa no mundo católico.
De outro lado, vem 4 de novembro, quando os portugueses começaram a erguer o forte e as primeiras casas sobre a colina próxima ao porto do rio Sanhauá. Assim, para alguns historiadores, o ato de “plantar” o núcleo urbano, com fortificação, capela e traçado de ruas, teria mais peso histórico porque assinala sua materialização.
Em síntese, 5 de agosto simboliza o êxito da conquista, o momento da vitória do colonizador, que tornou possível a ocupação, enquanto 4 de novembro marca a construção física do núcleo urbano. Cada data a destacar um aspecto diferente do mesmo processo.
Contudo, embora nenhuma rua ou fortificação tenha sido realmente construída em 5 de agosto, o dia ficou associado ao acerto entre as partes em guerra que tornou viável a implantação da cidade. Por isso foi mantido nas festas religiosas já no Século XVII, virou, na sequência, feriado municipal e, pela Lei estadual 10 601, de 2015, tornou-se a “Data Magna” de toda a Paraíba
Firma-se, portanto, o entendimento de que em 5 de agosto de 1585 foi onde aconteceu o momento decisivo que encerrou o impasse militar, abriu o terreno aos colonos, definiu o nome devocional da futura cidade e inaugurou um ciclo de ocupação contínua que nenhum acontecimento posterior conseguiu reverter. Tudo isso, há 440 anos.
Salve a Paraíba e sua bela e histórica capital, hoje, tão formosamente disposta, física e espiritualmente, que se transformou em objeto do desejo global!
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.