Opinião

União de Efraim com o Bolsonarismo dá “Xeque-Mate” em Pedro e Cícero? - Por Gildo Araújo

O anúncio do integral apoio à pré-candidatura do senador Efraim Filho (UB) ao governo da Paraíba nas eleições de 2026

União de Efraim com o Bolsonarismo dá “Xeque-Mate” em Pedro e Cícero? - Por Gildo Araújo

O anúncio do integral apoio à pré-candidatura do senador Efraim Filho (UB) ao governo da Paraíba nas eleições de 2026 feito pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), na última sexta-feira (25) em João Pessoa, trouxe à baila diversas reflexões e especulações do que pode acontecer na política paraibana até as convenções partidárias. 

O primeiro ponto que se deve levar em consideração é o fato de o senador Efraim Filho já ter marcado posição onde demonstra claramente que se não for o candidato da federação (PP e UB), ele terá agora um “plano de fuga”, ou seja, tem agora o PL para se filiar.

Dentro desse contexto, vale uma observação: esse direcionamento do senador Efraim foi depois de uma conversa com as lideranças de seu grupo político? Leia-se como grupo político: Bruno Cunha Lima, Pedro Cunha Lima, Veneziano, e o próprio Cássio Cunha Lima.

É óbvio que, pela manifestação, não deve ter havido qualquer diálogo entre eles, já que as ausências dessas lideranças foram visíveis no encontro de Efraim com Michele Bolsonaro em João Pessoa, o que denota uma certa insatisfação no seio de alguns oposicionistas.

Talvez, a pressa de Efraim em se aliar com o bolsonarismo tenha sido também devido aos resultados da pesquisa realizada pelo Portal Polêmica Paraíba e o Instituto Seta, que coloca Pedro Cunha Lima na frente da disputa.

Logo, com o apoio do PL a candidatura de Efraim poderia aparecer melhor posicionada nas próximas pesquisas; a partir daí, tentar convencer Pedro a ser o seu vice, o que não vai ser nada fácil, tendo em vista as críticas que vem sendo feitas por Pedro em relação aos bolsonarismo. 

Aliás, a aliança do senador Efraim Filho pode ter servido de combustão para uma reaproximação do clã Cunha Lima com o prefeito da capital Cícero Lucena para a montagem de uma chapa onde pudesse caber o senador Veneziano Vital do Rêgo que almeja a sua reeleição; porém, sabe-se que o Veneziano já revelou de forma peremptória que não se unirá jamais ao grupo bolsonarista, pois tem uma posição definida para defender e acompanhar politicamente o presidente Lula.

A aliança firmada entre o senador Efraim Filho com o grupo bolsonarista possivelmente possibilitará uma aproximação de Pedro, Cícero e Veneziano, para formarem uma outra chapa de oposição para a disputa das eleições de 2026, pois do contrário, eles correriam o risco de ficarem isolados politicamente, o que seria péssimo para a construção de suas candidaturas.

Com isso, as oposições passariam a ter mais um agrupamento na disputa, e ainda poderia ter um outro grupo com a candidatura do deputado Adriano Galdino que poderá deixar o Republicanos para ser candidato a governador no próximo ano. E, é claro que o prefeito Cícero Lucena deve se desincompatibilizar do cargo se derem a ele a cabeça de chapa.

A verdade é que essa movimentação política do senador Efraim Filho mexeu com o cenário político para 2026. Pois uma coisa é fato: essa divisão na oposição, poderia provocar um segundo turno nas eleições do próximo ano, restando saber se Efraim Filho teria musculatura política para vencer Cícero Lucena ou Pedro Cunha Lima que conta com o apoio do senador Veneziano Vital, ou seja, teria Efraim coragem de enfrentar os representantes de João Pessoa e Campina Grande juntos?

Como todos sabemos, João Pessoa possui o maior eleitorado do estado, seguido por Campina Grande o qual poderá ter dois filhos da terra disputando o pleito, um na situação, que seria Lucas Ribeiro e o outro Pedro Cunha Lima.

Há de se tomar em conta também que pode vir uma chapa de Cícero com Pedro de vice e ainda o apoio de Veneziano Vital, isso sem levar em consideração o bairrismo que é tradicional na cultura política da Rainha da Borborema.

Na opinião de alguns analistas políticos do estado, o senador Efraim Filho teria dado um “xeque-mate” político em Pedro e Cícero Lucena. Porém há de se considerar que em política não se deve tomar decisões sem ouvir o agrupamento político devido a heterogeneidade de pensamentos existentes nos mais diversos partidos.

Por isso, há quem diga que o senador Efraim Filho com esse posicionamento unilateral pode ter errado estrategicamente, pois poderá se isolar das conversações que a partir de agora deverá acontecer entre Cícero Lucena, Veneziano Vital, Pedro Cunha Lima, Cássio Cunha Lima e até o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, isto porque ninguém de bom senso acredita que o prefeito Bruno Cunha Lima, mesmo pertencendo ao partido do próprio Efraim Filho, o apoiaria tendo Pedro Cunha Lima, seu primo, em uma disputa; pois assim como conta a lenda, “Os mulçumanos brigavam entre si, mas não aceitavam que alguém brigue com algum deles”.

Ao contrário do que dizia o senador Efraim Filho, de que só existem conflitos no grupo do governo, agora pode-se dizer que os problemas na oposição talvez sejam muito maiores do que na situação, basta observar esse imbróglio criado pelo próprio Efraim.

Diante de tudo isso, ao que parece, as oposições terão que recomeçar do zero suas estratégias para um melhor posicionamento de seus protagonistas, pois, como está, já dá para compreender nitidamente que há um clima de desentendimento e de muita cizânia e se não houver uma conciliação e permanecerem se dividindo ainda mais, poderão perder as eleições de forma fragorosa, e no primeiro turno, para o grupo comandado pelo governador João Azevedo e Lucas Ribeiro.

“Oposição dividida é vitória da situação”.

Quem viver, verá!

Fonte: Gildo Araújo
Créditos: Polêmica Paraíba