LUTO

ÍCONE DO ROCK: Relembre as passagens de Ozzy Osbourne pelo Brasil

ÍCONE DO ROCK: Relembre as passagens de Ozzy Osbourne pelo Brasil

O cantor britânico Ozzy Osbourne, que faleceu nesta terça-feira (22/07), teve uma relação marcante com o público brasileiro ao longo de quatro décadas.

Desde sua estreia no país durante o histórico Rock in Rio de 1985 até sua última apresentação em 2018, o ícone do heavy metal acumulou passagens memoráveis por palcos nacionais, tanto em carreira solo quanto como vocalista do Black Sabbath, banda que fundou em 1969, em Birmingham, sua cidade natal.

Estreia no Brasil e surgimento do “metaleiro”

A primeira visita de Ozzy ao Brasil aconteceu durante a primeira edição do Rock in Rio, em janeiro de 1985. O evento não apenas marcou a estreia do cantor no país, como também popularizou o termo “metaleiro”, usado para definir os fãs do heavy metal, gênero que ganhava força por aqui.

Na época, Ozzy já estava em carreira solo após deixar o Black Sabbath em 1980, pouco depois do lançamento do disco Never Say Die!.

Seu primeiro álbum solo, Blizzard of Ozz (1980), com o virtuoso guitarrista Randy Rhoads, o reposicionou como força criativa no gênero. Rhoads, no entanto, morreu tragicamente em um acidente, e Ozzy seguiu carreira com novas formações.

No Rock in Rio, ele se apresentou com a turnê de Bark at the Moon, acompanhado por músicos como o guitarrista Jake E. Lee e o tecladista Don Airey.

Apesar dos sinais visíveis de abuso de álcool e drogas, que anos depois seriam amplamente conhecidos no seriado The Osbournes, o público vibrou com sucessos como Mr. Crowley e Bark at the Moon, além de clássicos do Sabbath. Ozzy se apresentou nos dias 16 e 19 de janeiro, este último na célebre Noite do Metal, ao lado de AC/DC, Scorpions, Whitesnake, entre outros.

O retorno com o Monsters of Rock

Ozzy voltaria ao Brasil dez anos depois, em setembro de 1995, como atração principal do festival Monsters of Rock, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O momento era outro: após o sucesso do disco No More Tears (1991), impulsionado pela era da MTV, o cantor reconquistava o topo das paradas com hits como Mama, I’m Coming Home, Road to Nowhere e No More Tears.

Em 1995, lançou ainda o álbum Ozzmosis, reafirmando sua relevância no cenário do rock mundial.

A consagração no século XXI

Somente em 2008 Ozzy voltaria ao país, agora com a turnê do disco Black Rain, se apresentando mais uma vez no Rio e em São Paulo.

Pela primeira vez, veio acompanhado do guitarrista Zakk Wylde, seu parceiro mais constante desde 1987, que também abriu os shows com sua banda, o Black Label Society. O grupo Korn completava o line-up da noite.

A partir daí, as visitas se tornaram mais frequentes. Ozzy se apresentou em solo brasileiro em 2011, 2013, 2015, 2016 e 2018.

Os anos de 2013 e 2016 foram marcados pelo aguardado retorno do Black Sabbath, com a reunião que deu origem ao álbum 13 e à turnê que passou pela Praça da Apoteose, no Rio, no dia 13 de outubro de 2013.

Apesar da ausência do baterista original Bill Ward, o trio Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler contou com o apoio de Tommy Clufetos, baterista da banda solo de Ozzy, para cumprir o sonho de milhares de fãs. A turnê final da banda, intitulada The End, em 2016, marcou a despedida do quarteto dos palcos, um adeus também impactado pelos problemas de saúde de Iommi, então em tratamento contra um câncer.

O último show no Brasil

A última passagem de Ozzy Osbourne pelo Brasil foi em maio de 2018, com a turnê No More Tours 2. O show final aconteceu na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a mesma região onde ele se apresentou pela primeira vez no país, em 1985.

A última música da noite foi Paranoid, clássico do Black Sabbath — a mesma que encerrou o último show oficial da banda, no dia 6 de julho de 2025, na cidade natal de Ozzy, Birmingham, local onde a banda foi criada.

Ao longo de quatro décadas, Ozzy Osbourne construiu uma base sólida de fãs no Brasil e se tornou símbolo de um estilo de vida e de um gênero musical que transformou a história do rock.

Sua morte marca o fim de uma era, mas seu legado permanece eterno — principalmente para aqueles que o viram ao vivo em terras brasileiras.