
Brasil — Nesta quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de novos ataques de parlamentares durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A sessão discutia o aumento das queimadas na Amazônia, mas acabou marcada por ataques pessoais à ministra.
Deputados usam ofensas pessoais
As ofensas vieram do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que chamou a ministra de “adestrada” e “mal-educada”. Ele também afirmou que Marina não entende o setor agropecuário porque “porque nunca trabalhou, nunca produziu, não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho“, continuou. Marina respondeu mantendo a calma: “Pedi a Deus que me desse paz hoje. Sabia que isso podia acontecer.”
Outro parlamentar, Zé Trovão (PL-SC), chamou a ministra de “vergonha” e reclamou por ela supostamente não prestar atenção em sua fala.
O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), teve de intervir várias vezes pedindo respeito à ministra.
Ministra denuncia machismo e cobra civilidade
Marina afirmou que há diferença na forma como homens e mulheres são tratados no debate político. “Quando um homem ergue a voz, ele é incisivo. Quando uma mulher responde, é chamada de mal-educada.”
“O que está em jogo é o meio ambiente, não minha vida pessoal.”, encerrou sua fala pedindo respeito e seriedade.
Críticas no Senado geram reação em cadeia
A tensão desta quarta veio após outro episódio polêmico no Senado, na terça-feira (1º), quando Marina deixou uma audiência após ser ofendida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). Ele afirmou que “respeita a mulher, mas não a ministra”.
A saída da ministra gerou apoio de parlamentares e do presidente Lula, que a elogiou por manter a compostura.
Em nota, Marina disse que continuará firme em sua missão: “Não aceitarei ofensas pessoais em vez de debate sobre políticas públicas.”