Política

Marina Silva pede respeito ao voltar a ser alvo de hostilidade de parlamentares

Durante audiência sobre desmatamento, ministra foi chamada de “mal-educada” e “adestrada” por deputados e cobrou respeito à sua atuação.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o 29º Congresso Internacional do Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o 29º Congresso Internacional do Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasil — Nesta quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de novos ataques de parlamentares durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A sessão discutia o aumento das queimadas na Amazônia, mas acabou marcada por ataques pessoais à ministra.

Deputados usam ofensas pessoais

As ofensas vieram do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que chamou a ministra de “adestrada” e “mal-educada”. Ele também afirmou que Marina não entende o setor agropecuário porque “porque nunca trabalhou, nunca produziu, não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho“, continuou. Marina respondeu mantendo a calma: “Pedi a Deus que me desse paz hoje. Sabia que isso podia acontecer.”

Outro parlamentar, Zé Trovão (PL-SC), chamou a ministra de “vergonha” e reclamou por ela supostamente não prestar atenção em sua fala.

O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), teve de intervir várias vezes pedindo respeito à ministra.

Ministra denuncia machismo e cobra civilidade

Marina afirmou que há diferença na forma como homens e mulheres são tratados no debate político. “Quando um homem ergue a voz, ele é incisivo. Quando uma mulher responde, é chamada de mal-educada.”

“O que está em jogo é o meio ambiente, não minha vida pessoal.”, encerrou sua fala pedindo respeito e seriedade.

Críticas no Senado geram reação em cadeia

A tensão desta quarta veio após outro episódio polêmico no Senado, na terça-feira (1º), quando Marina deixou uma audiência após ser ofendida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). Ele afirmou que “respeita a mulher, mas não a ministra”.

A saída da ministra gerou apoio de parlamentares e do presidente Lula, que a elogiou por manter a compostura.

Em nota, Marina disse que continuará firme em sua missão: “Não aceitarei ofensas pessoais em vez de debate sobre políticas públicas.”