
Mesmo com um a menos por quase todo o confronto, o Real Madrid superou o Pachuca por 3 a 1 na Carolina do Norte, pelo Grupo H, e ficou mais perto da vaga no mata-mata do Mundial de Clubes. Ainda na primeira etapa, Jude Bellingham, Arda Güler e Federico Valverde balançaram as redes mexicanas – Elías Montiel descontou na segunda etapa – e garantiram a primeira vitória de Xabi Alonso no comando dos Merengues, debaixo de calor intenso na Carolina do Norte.
Com o triunfo, o time espanhol chegou a quatro pontos e assumiu, de maneira provisória, a liderança da chave. A rodada do último grupo é completada por RB Salzburg x Al-Hilal, às 19h (de Brasília); em caso de vitória dos austríacos, o Madrid crava um lugar nas oitavas de final. Já os Tuzos de Jaime Lozano, com pontuação nula, deram adeus ao intercontinental e não têm mais chances de avanço ao mata-mata.
Como foi o jogo?
Apesar da badalação em cima do Real, quem deu o primeiro golpe de perigo foi o Pachuca. Em escanteio logo aos dois minutos, Bryan González fez cruzamento na marca do pênalti e Salomón Rondón apareceu livre para emendar de primeira, mas a finalização bateu em Fran García e saiu pela linha de fundo. Quatro minutos depois, o venezuelano foi novamente lançado e sairia frente a frente com Courtois, mas Asencio o puxou pela camisa. Não houve perdão: por ser último homem, o zagueiro recebeu o cartão vermelho do árbitro brasileiro Ramon Abatti Abel e complicou a vida de seu time de maneira precoce. Palavecino, na cobrança, bateu por cima da meta.
A blitz dos Tuzos continuava: Rondón, em transição rápida, deu lindo passe para Kenedy, que atrasou a passada e perdeu ângulo na finalização, acertando a rede pelo lado de fora. O brasileiro voltou a aparecer aos 17′, e em sobra de passe errado de Salomón, soltou uma bomba para defesa de Courtois; no rebote, Bautista emendou fraco e o belga voltou a tempo para se esticar e evitar o tento. A primeira tentativa merengue saiu dos pés de Arda Güler, que aproveitou jogada de Vini Jr e ajeitada de Bellingham, mas pegou mal e errou o alvo.
Empilhar chances desperdiçadas diante do Real, porém, jamais será uma opção. E em linda jogada coletiva, veio a sanção: aos 34′, Gonzalo García destruiu a linha mexicana em lindo passe de tornozelo para Fran García, que atacou o espaço. Ao tocar para dentro, a defesa esperava o passe para Vinícius, mas Bellingham entrou na trajetória para dominar, invadir a área e fuzilar o canto cruzado de Moreno, que nada pôde fazer. Um chute punitivo aos Tuzos por não golpear antes do “pacto” aparecer.
O golpe doeu nos mexicanos. E os espanhóis, de maneira fria, acertaram mais um cruzado oito minutos depois. Seja o chute, seja o golpe. Vini apareceu de novo e inverteu jogada com Arnold, que soltou de primeira no meio. Gonzalo, de cabeça erguida, só aparou para Arda Güler, que invadiu a área em velocidade e bateu no canto contrário para vencer Moreno e ampliar antes do fim da primeira etapa.
O primeiro susto após o intervalo foi de John Kennedy, que entrou na virada do confronto. O centroavante, emprestado pelo Fluminense, recebeu passe de Kenedy – outra cria de Xerém – e bateu cruzado, mas para fora. Bryan González, habilidoso lateral, quase surpreendeu Courtois em cruzamento que ganhou o rumo da meta aos 10, mas o belga espalmou pela linha de fundo. No escanteio, Montiel, alçou segunda bola na área, Pereira desviou para baixo e Rondón, com o bico da chuteira, não conseguiu dar a direção do gol. JK, semelhante à primeira tentativa, bateu outras duas vezes de fora da área, e o arqueiro espalmou em ambas. Pressão alta no primeiro terço da etapa final.
Mas a história da primeira etapa se repetiu: martelar e não furar é implorar para ser punido. Em jogada rápida aos 25′, Huijsen lançou Vini Jr. O brasileiro contemporizou e trabalhou pelo meio com Valverde, que abriu na direita para Brahim Díaz e disparou em direção à área. Tapete vermelho do Pachuca estendido para o uruguaio, que recebeu linda alçada do hispano-marroquino e se esticou para completar para o fundo das redes e tranquilizar o Real Madrid.
A paz com o triunfo permitiu que Xabi Alonso rodasse o elenco, promovendo o retorno de Rüdiger após quase dois meses lesionado e a entrada de Modric para ser reverenciado pela Carolina do Norte. Aos 34′, Montiel diminuiu o marcador: recebendo de costas na meia-lua, o volante girou e finalizou fraco, mas a bola desviou em Tchouaméni e matou Courtois. O tento, porém, não foi suficiente para reacender as chamas da esperança nos mexicanos, que deram adeus ao torneio.
Racismo em Real Madrid x Pachuca
No último lance do confronto, Ramon Abatti fez o gesto X com os braços, indicando um possível caso de racismo em campo. Rüdiger se envolveu em pequena confusão com Cabral, e um aviso foi emitido no sistema de som do Bank of America Stadium, mas a situação dentro das quatro linhas foi rapidamente contemporizada com o apito final. Até o momento, não há clareza se injúrias raciais foram proferidas dentro do campo, mas a tendência é que o árbitro tenha recebido a denúncia de Rüdiger e siga o protocolo da Fifa.
O que vem por aí?
Na próxima rodada, o Real Madrid decide sua vida no Mundial diante do RB Salzburg. O confronto acontecerá na quinta-feira (26), às 22h (de Brasília), no Lincoln Financial Field, na Filadélfia. Simultaneamente, no Geodis Park, em Nashville, o Pachuca entra em campo diante do Al-Hilal para fechar sua participação na competição sem mais aspirações.
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