Confira

PSDB e Podemos encerram negociações de fusão após impasse por comando da nova sigla

PSDB e Podemos encerram negociações de fusão após impasse por comando da nova sigla

Uma semana após a convenção nacional do PSDB aprovar a proposta de fusão com o Podemos, as duas legendas anunciaram nesta sexta-feira (14) o fim das negociações. O principal motivo do rompimento foi a disputa pelo comando da nova legenda, que não encontrou consenso entre os dirigentes.

O Podemos queria assumir a presidência nacional do partido unificado pelos próximos quatro anos, proposta rechaçada pelo PSDB. A presidente do Podemos, Renata Abreu, e o pastor Everaldo, também integrante da direção da legenda, se reuniram na quinta-feira (13) com o presidente do PSDB, Marconi Perillo, e com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), para formalizar a proposta.

O PSDB, por sua vez, sugeriu um modelo de rodízio na presidência da nova sigla — alternando o comando a cada seis meses inicialmente, e depois anualmente. A proposta não foi aceita pelo Podemos, levando ambas as legendas a optarem pelo encerramento das tratativas.

Atualmente, os dois partidos possuem tamanho semelhante no Congresso Nacional: o PSDB conta com 13 deputados federais e três senadores, enquanto o Podemos tem 15 deputados e quatro senadores.

Enfraquecimento do PSDB e tentativas de reestruturação

A tentativa de fusão surgiu em um contexto de enfraquecimento do PSDB, que já esteve no comando da Presidência da República com Fernando Henrique Cardoso e foi protagonista na política brasileira por duas décadas. Hoje, o partido enfrenta uma queda expressiva de representatividade, sem governadores e com poucas lideranças de alcance nacional. Nos últimos anos, perdeu nomes de peso como Eduardo Leite e Raquel Lyra, que migraram para o PSD.

Diante do impasse, o PSDB deve concentrar esforços na formação de uma nova federação partidária — uma aliança que, ao contrário da fusão, permite maior autonomia interna e pode ser desfeita após quatro anos. A federação atual com o Cidadania está em vias de ser encerrada no início de 2026, em razão de conflitos regionais.

Alternativas e o futuro das negociações

Entre os partidos considerados para uma futura federação estão Republicanos, MDB, Solidariedade e até o próprio Podemos, já que, nesse formato, há menor disputa pelo comando da legenda. Além disso, a federação permite somar votos para cumprir a cláusula de desempenho, que determina o acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral.