
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que se encontra refugiado, com
outros brasileiros, num “bunker” em Israel, em meio à guerra declarada entre este país
e o Irã, admitiu que o ambiente é “desesperador”, falando à jornalista Andreza Matais,
do portal “Metrópoles”. Ele compõe um grupo de prefeitos que viajou a Israel em
missão oficial e foi surpreendido pelo acirramento do conflito entre os dois países. As
autoridades no Brasil continuam mobilizadas para resgatar o grupo, em negociações
com autoridades israelenses e iranianas.
Cícero contou que o grupo está em um bunker do hotel e que a sensação é de
“não saber o que irá ocorrer”. Lucena relatou que os hóspedes do hotel em Tel Aviv
são avisados por mensagem quando devem ir para o bunker. “Todo mundo sai do
quarto o mais rápido possível, direto para o bunker. É desesperador”, narrou Lucena.
Os hóspedes deixam o local apenas quando o risco de bombardeio passa. Segundo
Cícero, a situação é muito estressante “porque você acaba de sair do bunker e quando
chega ao quarto já tem que voltar”. Segundo ele, há cerca de oito prefeitos, além de
vice-prefeitos e secretários municipais.
O bunker é feito de paredes de concreto e há cadeiras para acomodar os
hóspedes. “Ninguém sabe como vamos sair daqui”, afirmou ele. O Itamaraty foi
acionado para resgatar os prefeitos, vice-prefeitos e secretários que estão no local,
mas ainda não há previsão de quando isso irá ocorrer. A comitiva está em Israel a
convite do governo local para conhecer o sistema de segurança pública do país. Lucena
disse que, por enquanto, não há falta de comida ou de água no local.
A Comissão de Relações Exteriores do Senado informou, ontem, que está em
tratativas com o Itamaraty para viabilizar o envio de uma aeronave da FAB a Israel. O
objetivo é repatriar autoridades brasileiras retidas no país depois da escalada do
conflito entre o Irã e Israel e o fechamento do espaço aéreo.
Comitiva brasileira em Israel
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, do União Brasil, secretários estaduais e representantes do Consórcio Brasil Central, que reúne Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins, estão na comitiva. A delegação oficial do
Consórcio Brasil Central está em Tel Aviv, enquanto a comitiva de prefeitos brasileiros
está em Kfar Saba, a cerca de 24 km da cidade. A maioria dos voos da comitiva foi
cancelada e não há previsão para reabertura do aeroporto Bem Gurion.
Nonato Guedes