
Como se sabe, a abertura da Epitácio Pessoa foi de fundamental importância para a expansão da urbe pessoense no rumo do seu litoral. Mais do que a abertura, foi a sua pavimentação na década de 1950. Uma das marcas dessa época foi o loteamento da área da cidade até então conhecida como Imbiribeira, e que passou a se chamar Jardim Tambauzinho. Outra, a construção do Jardim Miramar.
Fui pesquisar e consegui saber que o costume de dar nome de “Jardim” a bairros surgiu com o urbanismo moderno, especialmente no início do século XX, inspirado no conceito de “cidade-jardim”, criado pelo inglês Ebenezer Howard. A ideia era unir o melhor da cidade e do campo, com ruas arborizadas, praças e moradias mais saudáveis.
No Brasil, esse modelo influenciou loteamentos planejados, que adotaram o nome “Jardim” seguido de algo atrativo — como uma flor, um nome feminino ou até uma referência geográfica — para passar a imagem de tranquilidade, natureza e qualidade de vida.
Nesse sentido, na edição de 21 de outubro de 1952, de A União, sob o título “A Cidade Sobe”, uma nota festejava a marcha urbana da capital na direção das praias “em busca da brisa solta e das paisagens mais amplas da orla litorânea”, segundo o texto, sob a responsabilidade do próprio jornal.
A notícia tratava do loteamento do “futuro Jardim Tambauzinho”, conduzido pelo governo paraibano, a quem o sítio pertencia, por meio do Banco do Estado, tendo sido “grande o interesse despertado junto aos proprietários em adquirir um terreno naquele setor da urbe, para edificação de uma casa residencial, num ponto que mais tarde será considerado o melhor de toda a cidade”, considerava o texto. A nota realçava ainda o fato de já terem sido vendidos 700 dos 1.200 terrenos do loteamento.
Apesar de firmada entre as décadas de 1920 e 1930, apenas com a sua pavimentação, naquele início da década de 1950, é que a Epitácio Pessoa passou a significar, mais efetivamente, a ampliação da capital paraibana no rumo do mar (lembrem-se que a cidade foi inaugurada cerca de 350 anos antes disso).
Na área em que hoje se encontra Tambauzinho, conhecida como Imbiribeira, funcionava o Campo de Aviação, justamente, como sugere a denominação, o nosso aeroporto da época. Também na década de 1950 é que foi construído, na região, o I Grupamento de Engenharia, no terreno onde funcionara a Escola Agropecuária da Imbiribeira.
Naquele momento, em ponto mais à frente, na Epitácio, o Montepio do Estado e a Caixa Econômica estavam construindo o Jardim Miramar, o destacado bairro que hoje representa uma das áreas mais nobres, do ponto de vista arquitetônico e de valor em dinheiro por m², então, um pretenso, depois consolidado, conjunto habitacional.
Em marcha batida, a cidade se expandia rumo às praias. Hoje, Tambauzinho e Miramar são, apesar da importância de ambos, apenas partes da imensidão que representa o Leste pessoense e suas muito vastas adjacências.
Na foto, a atual Praça das Muriçocas, no coração do Miramar

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.