
Mesmo em cidades marcadas pelo forte apelo do turismo de sol e mar, como é o caso de João Pessoa, contar a história da formação urbana e preservar os vestígios desse passado se revela um diferencial valioso e necessário.
A verdade é que, à medida que o tempo avança e o futuro se torna presente, cresce também o reconhecimento da importância do passado.
Ele deixa de ser apenas uma lembrança e passa a ser um ativo — simbólico, cultural, mas fortemente econômico. Preservá-lo não é apenas um gesto de saudade ou de culto à memória; é uma forma concreta de fortalecer o senso de pertencimento entre os moradores e de oferecer ao visitante uma experiência mais rica, mais autêntica, mais conectada às raízes do lugar.
Com mais de quatro séculos de história, nascida às margens do rio Sanhauá e expandida paulatina e magnificamente até o litoral, João Pessoa é repleta de histórias em suas ruas, igrejas, praças, casarões e manifestações populares que precisam ser resgatadas, mantendo traços de diferentes épocas.
Valorizar esse acervo não é se opor ao progresso, mas justamente qualificá-lo. Cidades que respeitam sua trajetória se tornam mais atrativas, mais humanas e mais capazes de projetar um futuro equilibrado.
O turista pode se encantar com a orla, mas fica mais tempo quando sente que na cidade há história, identidade e alma preservados. E o morador, por sua vez, se reconhece mais inteiro quando vê o passado preservado no presente.
Contudo, preservar o patrimônio não significa congelar o tempo nem barrar o progresso. Pelo contrário, trata-se de integrar o passado ao presente, de forma a criar uma cidade mais humana, mais atrativa e mais consciente de sua própria trajetória.
Um exemplo concreto disso é o trabalho de revitalização de áreas históricas, que, ao serem resgatadas, tornam-se pontos de encontro, onde cultura, história e modernidade se entrelaçam.
Esses espaços restaurados não só atraem turistas, mas também devolvem aos moradores um pedaço de sua própria memória coletiva, fortalecendo o sentimento de pertencimento. Dar-lhes vida, no entanto, é etapa fundamental a ser vencida.
Portanto, em uma cidade como João Pessoa, onde o apelo turístico natural é tão forte, a preservação do patrimônio histórico não deve ser vista apenas como adorno, mas como uma necessidade.
É o que torna a cidade mais completa, mais verdadeira, mais conectada às suas raízes, e muito mais encantadora.
Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.