
Paraíba - A decisão da Faculdade Univale, sediada em Sousa, no Sertão da Paraíba, de contratar o ex-prefeito Fábio Tyrone (PSB) como professor no recém-criado curso de Direito gerou forte repercussão nas redes sociais e levantou questionamentos sobre os critérios adotados pela instituição de ensino.
Tyrone foi condenado por violência contra a mulher em um caso envolvendo sua ex-companheira, a advogada Myriam Gadelha. A nomeação do ex-gestor para lecionar justamente em um curso voltado à formação de profissionais que atuarão em defesa da justiça e dos direitos humanos tem sido alvo de críticas, especialmente diante da parceria que a Univale mantém com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), também com atuação em Sousa.
A polêmica se intensificou após a divulgação da novidade no perfil oficial da faculdade no Instagram (@univalesousa), onde a presença de Tyrone no corpo docente foi confirmada. A OAB-PB ainda não se manifestou publicamente sobre a escolha, o que gerou dúvidas sobre um possível aval, omissão ou futura posição institucional da entidade, já que a vítima da agressão é advogada e membro da classe.
Controvérsia e Repercussão da Contratação
Outro fator envolvido na controvérsia é a cessão de um prédio público pela Prefeitura de Sousa para o funcionamento da faculdade. Embora a gestão municipal não tenha vínculo direto com as decisões administrativas da instituição, o uso de estrutura pública por uma entidade que escolheu um professor com histórico judicial de violência doméstica acaba vinculando indiretamente o poder público à discussão.
Procurado, o secretário de Comunicação de Sousa, Eugênio Rodrigues, afirmou que a contratação é responsabilidade exclusiva da faculdade. “A Prefeitura de Sousa tem a parceria de buscar emprego, renda. Essa questão é pessoal da faculdade com os profissionais, diz respeito à empresa, não compete à Prefeitura”, declarou.