Crime

Golpe do ‘falso advogado’ faz vítimas em todo país; veja como evitar

Foto: divulgação
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Paraíba - Advogada detalha como criminosos têm acesso aos dados e explica o que deve ser feito para não cair no golpe.

Tem se tornado cada vez mais frequente golpistas se passarem por advogados ou escritórios de advocacia para aplicar golpes em clientes e subtrair dinheiro a partir de diálogos falsos. O esquema criminoso tem se espalhado por todo o país, atingindo, principalmente, pessoas que esperam por decisões judiciais, com valores a receber.

O golpe, normalmente, acontece da seguinte forma: o golpista entra em contato com o cliente, informando que se trata do advogado responsável pelo processo dele. Com todos os dados pessoais – do processo e do cliente – o advogado solicita uma transferência, via Pix, para que o cliente possa, enfim, receber o pagamento do processo judicial.

A advogada da Marcos Inácio Advogados, Thaís Rodrigues, explica que esses criminosos costumam utilizar informações públicas sobre processos judiciais, além de sistemas informatizados para obter dados sensíveis das vítimas.

“É extremamente importante que, desde o começo, haja um canal oficial de contato entre o advogado e o cliente. Com isso, caso outra pessoa entre em contato, ainda que seja pelo WhatsApp, com a foto do advogado, o cliente, antes de responder, deve entrar em contato por esse canal de comunicação estabelecido no início do contrato”, reforça a advogada.

A orientação é precisa: os clientes devem evitar responder às mensagens de forma imediata e, em primeiro lugar, se certificar de que se trata do advogado responsável pelo processo.

Há, ainda, outro ponto de atenção e alerta: os advogados não entram em contato com clientes solicitando dinheiro para liberar o processo judicial.

“Os honorários advocatícios são estabelecidos desde o primeiro contato entre cliente e advogado”, explica a advogada Thaís Rodrigues. Com as informações estabelecidas em contrato no início dos trâmites, fica mais fácil identificar se a mensagem faz parte de um golpe ou não. “Na maioria das vezes, o golpista não tem acesso ao contrato e não saberá o acordo feito entre advogado e cliente”, completa a advogada.

O diretor de expansão da Marcos Inácio Advogados, Higor Lira, reforça que “proteger as pessoas contra golpes que se aproveitam da boa-fé de quem busca a justiça é uma responsabilidade de toda a sociedade”.

Ele explica que, no Marcos Inácio Advogados, o compromisso é garantir uma comunicação segura e transparente com os clientes, sempre por meio de canais oficiais. “Reforçamos que não solicitamos transferências ou pagamentos fora dos termos contratados. Seguimos atentos, orientando e prevenindo, para que a confiança, que é a base da relação entre advogado e cliente, seja sempre preservada”, enfatiza.

OAB solicita investigação

No início do mês de abril, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, solicitou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que a Polícia Federal conduza investigações sobre fraudes eletrônicas envolvendo a falsa identidade de advogados e servidores públicos.

De acordo com a OAB, criminosos utilizam informações públicas sobre processos e sistemas informatizados para obter dados sensíveis das vítimas. Com isso, simulam comunicações oficiais e se passam por advogados ou servidores do Poder Judiciário, induzindo os destinatários a realizarem transferências bancárias indevidas.

Assessoria