PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: A estruturante Rua da República - Por Sérgio Botelho

Não é todo mundo que se dá conta, mas a Rua da República faz parte de um dos corredores mais importantes da estrutura urbana de João Pessoa, que vigorava mais fortemente até a década de 1970. Ela não é apenas uma rua isolada: é parte de uma linha histórica e funcional que vincula a capital paraibana a suas iniciativas estruturantes.

Tudo começava no antigo Distrito de Barreiros, hoje cidade de Bayeux, na Avenida Liberdade, antiga rota de entrada para quem vinha do interior ou de outros pontos do estado em direção a João Pessoa. Depois, atravessando a ponte sobre o Rio Sanhauá — um ponto histórico por onde a cidade começou a se expandir para além das margens —, chega-se à Rua da República.

Durante muito tempo, a referida via pessoense teve dois nomes: era chamada de Rua da Ponte, logo após a travessia do rio, e mais adiante, Rua da Imperatriz, em homenagem a Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II. Só mais tarde, toda essa extensão passou a ser unificada sob o nome de Rua da República, refletindo a mudança dos tempos políticos no Brasil.

A importância estrutural da Rua da República é enorme: ela forma uma espinha dorsal que liga o Varadouro — berço comercial e histórico da cidade — à Avenida Pedro II, outra via fundamental, que originalmente era chamada “Estrada dos Macacos” ou “de Jaguaribe”. A Pedro II, hoje, se projeta em direção à Zona Sul da cidade.

Portanto, percorrer a Rua da República é, de certa forma, viajar por dentro da história da progressão urbana de João Pessoa: um caminho que testemunhou as transformações políticas da monarquia à república, o crescimento urbano e o surgimento de uma cidade que sempre se expandiu seguindo suas vias naturais de ligação e de vida.

Hoje, a rua, que já foi endereço de três cinemas de rua na capital, o Felipéia, o Astória e o Popular, é ocupada por pequenas indústrias, serviços e comércio.

A partir da ponte, ela margeia a Praça do Trabalho, a Maciel Pinheiro e a Amaro Coutinho, atravessa a Avenida Beaurepaire Rohan, e termina na Praça João Pessoa, passando entre o ex-Palácio do Governo e a Praça Venâncio Neiva (a do Pavilhão do Chá).

Fonte: Sérgio Botelho
Créditos: Polêmica Paraíba

Sérgio Botelho

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Sergio Mario Botelho de Araujo Paraibano, nascido em João Pessoa em 20 de fevereiro de 1950, residindo em Brasília. Já trabalhou nos jornais O Norte, A União e Correio da Paraíba, rádios CBN-João Pessoa, FM O Norte e Tabajara, e TV Correio da Paraíba. Foi assessor de Comunicação na Câmara dos Deputados e Senado Federal.