POR LAERTE CERQUEIRA
Aos “trancos e barrancos”, o PMDB vai ter candidatura própria. Pelo menos foi o que bradou, ontem, suas principais lideranças, na convenção estadual do partido. O evento foi considerado humilde, tacanho para o tamanho que a legenda tem no estado, mas, é preciso ressaltar, que havia no ar um sentimento de luta, obstinação e revolta dos comandantes.
Sábado à noite, os boatos davam conta que PMDB havia se aliado ao PSDB e que a deputada federal Nilda Gondim, mãe de Veneziano e Vital do Rêgo, seria a candidata a vice na chapa encabeçada por Cássio Cunha Lima (PSDB). Não passou de uma conversa. Reuniões que vararam a madrugada teriam levado o grupo a uma nova definição: aliar-se ao PSB, do candidato à reeleição, o governador Ricardo Coutinho.
Uma aliança que estava dada como certa porque às 9 horas da manhã do domingo, horário marcado para começar a convenção, havia militantes socialistas, de camisa laranja, no Clube Cabo Branco para que a união fosse selada. Até o presidente municipal do PSB, Ronaldo Barbosa, apareceu por lá, mas deu meia volta junto com o coletivo girassol.
Mas tudo ficou turvo novamente. O PMDB voltou atrás depois que deputados estaduais do partido se rebelaram com a decisão. A direção do PMDB também teria recebido a promessa de ter o apoio do PT nacional, com o empenho pessoal de Dilma. Foi quando Vital do Rêgo teve sua candidatura reconduzida. Mas não ficou tudo calmo. A vaga de vice que já havia sido destina ao ex-governador Roberto Paulino foi arrancada dele. O espaço ficou aberto para, segundo Vital, ser preenchido pelo PT, que sofre pressão da executiva nacional para desfazer o pacto com o PSB. É bom lembrar que, ainda durante a manhã, cogitou-se a possibilidade da vaga de vice ser ocupada pelo pré-candidato ao governo pelo Pros, Major Fábio.
Para disputar o senado, os peemedebistas recorreram ao coringa, José Maranhão, o único com chances reais de se eleger na chapa. Maranhão declarou há meses que a sua vontade era disputar um cadeira como deputado federal. Por volta de uma hora da tarde, o partido, aparentemente, tinha ultrapassado as divergências. Discursos inflamados de valorização e reafirmação do partido deram a tônica. Veneziano, que teve a pré-candidatura ao governo rifada, reapareceu. Os colegas de partido, inclusive aqueles que contribuíram para a sua desistência, elogiaram a sua postura, quando viajava pelo estado fazendo uma a “pré-campanha” e divulgando o seu nome como candidato do PMDB.
Repito, aparentemente, o PMDB juntou os cacos. Não sei qual é qualidade e a força da cola usada para isso, mas foi bem na convenção. Passada essa fase, Vital vai lutar para conseguir, na prática, o apoio do PT, que garantirá à sua candidatura tempo de televisão no guia eleitoral e recursos para levar essa empreitada à frente.