Opinião

João Azevêdo e aliados mostram que estão “vacinados” contra intrigas - Nonato Guedes

João Azevêdo e aliados mostram que estão “vacinados” contra intrigas - Nonato Guedes

A convenção apoteótica de ontem do PSB estadual, que investiu o governador João Azevêdo no comando da agremiação, sucedendo ao deputado federal Gervásio Maia, foi uma demonstração calculada de unidade do esquema governista para os embates futuros, em resposta à persistente orquestração de oposicionistas como o senador Efraim Filho, do União Brasil, para tentar provocar o racha como estratégia para se fortalecer nas eleições de 2026. Líderes como o deputado federal Hugo Motta, do Republicanos, o prefeito Cícero Lucena e o deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP, reafirmaram o sentimento de coesão do agrupamento, embalado pelo slogan “Juntos pela Paraíba”, numa sinalização à continuidade do projeto de poder que vem sendo empalmado pela agremiação socialista. O governador manifestou a convicção de que Cícero estará integrado ao projeto, com isto esvaziando especulações e intrigas decorrentes da pré-campanha antecipada que o prefeito de João Pessoa faz para o governo do Estado.
O cenário da convenção reuniu outros supostos pré-candidatos ao governo, mas João Azevêdo foi cirúrgico ao afastar qualquer possibilidade de lançamento ou de anúncio de nomes, por enquanto, para compor a chapa majoritária que representará o oficialismo no próximo ano. Evitou agitar até mesmo a possibilidade dele concorrer a uma vaga ao Senado, como tem sido explorado por correligionários e adversários, admitindo que é um assunto a ser tratado no momento certo, na linha do entrosamento ou do diálogo com os seus aliados. João Azevêdo confirmou que a hipótese de sua candidatura tem sido defendida, inclusive, por lideranças nacionais de expressão, que o consideram qualificado para contribuir com o nível dos debates no Parlamento sobre os problemas nacionais, mas que isto dependerá do processo de construção que for implementado entre os que são fiéis ao seu comando e identificados com o programa de governo que executa com ampla repercussão e com dividendos que favorecem o esquema político como um todo.
Esta fase atual, conforme mencionou o governador, terá que ser dedicada ao seu trabalho para continuar fortalecendo o PSB no Estado, dentro do campo ideológico e político em que o partido atua, o que já vinha sendo feito independente da ocupação de cargos de sua parte. Lembrou que, lá atrás, o Partido Socialista Brasileiro contava com um número ínfimo de prefeitos e que, atualmente, contabiliza mais de 70 gestores, além de vice-prefeitos e parlamentares. A preocupação do chefe do Executivo com a interiorização do PSB no território paraibano ficou patenteada nas eleições de 2022, quando ele postulou a reeleição ao Palácio da Redenção e obteve, em pequenas e médias localidades, resultado expressivo que lhe permitiu abrir vantagem sobre o então candidato adversário, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, hoje no PSD.

A vantagem geral foi consolidada com votos em João Pessoa e Campina Grande, mas houve uma inflexão interiorana que levou o próprio João Azevêdo, no início do segundo mandato, a definir a sua gestão como prioritariamente municipalista, o que tem sido traduzido mediante ações, obras e investimentos distribuídos espacialmente por regiões do Estado.