REVOLUÇÃO: Teste para Aids no smartphone dá o resultado em apenas 15 minutos

Uma gota de sangue é necessária para a análise. Especialistas acreditam que ele pode ajudar a conter o vírus em regiões menos desenvolvidas

Uma gota de sangue é necessária para a análise. Especialistas acreditam que ele pode ajudar a conter o vírus em regiões menos desenvolvidas
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Parece não ter fronteiras para que os smartphones façam parte inteiramente do nosso cotidiano. Os aparelhos fazem telefonemas, mandam mensagens, tiram fotos, produzem vídeos, apontam o caminho de casa, supervisionam a dieta, monitoram a intensidade dos exercícios físicos e até a frequência cardíaca. Agora, também poderão fazer um teste expresso para doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis e a Aids. A proposta é de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e do Centro Internacional para os programas de tratamento e cuidado para a Aids, em Ruanda. Os primeiros testes de sensibilidade foram bastante promissores e realizados com a população infectada do país africano.

“Nosso trabalho mostra que um exame cheio de qualidade de laboratório pode ser executado em um acessório de smartphone”, Samuel K. Sia, professor de engenharia biomédica da Universidade de Columbia

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O artigo, com os principais resultados do experimento, está publicado na edição de hoje da revista científica Science Translational Medicine. Nele, os pesquisadores relatam um primeiro teste clínico com 96 pacientes em Ruanda. A prevalência do HIV no país africano é de 2,9% da população adulta, ou cerca de 210 mil pessoas, das quais mais da metade, cerca de 123.317, de acordo com a última contagem feita pelo Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAids), tomam antirretrovirais. Os números são muito promissores se comparados aos países vizinhos também sob a epidemia. Cogita-se, inclusive, que Ruanda se aproxima do fim da infestação pelo vírus. Isso porque chegou próximo da cobertura universal, resultando no maior número de diagnósticos e na redução na incidência anual da doença em 90%.

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Entre as principais iniciativas para alcançar esse número expressivo, estão testes menos custosos e mais práticos, como o Dongle, desenvolvido pela equipe de cientistas liderada por Samuel K. Sia, professor de engenharia biomédica da Escola de Engenharia e Ciência Aplicada da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos. Eles desenvolveram um acessório para smartphone de baixo custo, que pode realizar um único teste capaz de detectar simultaneamente três marcadores de doenças sexualmente transmissíveis (dois tipos de sífilis e um de Aids). Uma picada no dedo analisa o sangue em apenas 15 minutos. O dispositivo consegue replicar todas as funções mecânicas, óticas e eletrônicas do exame reconhecido hoje como padrão ouro para diagnóstico: o Elisa.