Decisão

Filha demitida pelo próprio pai por criticar Bolsonaro será indenizada em R$ 123 mil

A Justiça determinou que a tatuadora Brunna Letícia Venancio, de 29 anos, terá que ser indenizada em R$ 123,8 mil pela empresa Grupo Popular, que tem seu pai como um dos sócios. Ela processou o genitor após ser demitida, em setembro de 2021, por fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais.

A Justiça determinou que a tatuadora Brunna Letícia Venancio, de 29 anos, terá que ser indenizada em R$ 123,8 mil pela empresa Grupo Popular, que tem seu pai como um dos sócios. Ela processou o genitor após ser demitida, em setembro de 2021, por fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais.

A decisão foi proferida, na última sexta-feira (5), pela juíza Camila Afonso de Novoa Cavalcanti, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. A sentença aponta que a conduta da organização viola a legislação por promover discriminação por opinião política.

Brunna atuava como supervisora de cadastro e foi demitida sem justa causa. A empresa nega que a motivação seja política e ainda pode recorrer da decisão.

O valor da indenização soma os seguintes valores:

Aviso prévio indenizado;
Saldo salário de outubro de 2021;
13º salários entre 2018 e 2021;
Férias;
FGTS;
Indenização por dispensa discriminatória e danos morais pela medida;
Danos morais por transporte indevido de valores.

No dia 8 de setembro de 2021, Brunna deu sua opinião sobre as manifestações feitas por apoiadores de Bolsonaro no Dia da Independência. “Sou completamente contra esse desgoverno e esse ser humano horroroso, corrupto, mal caráter, fascista, nazista, imbecil, incapaz e medíocre”, disse nas redes sociais.

Entretanto, seu pai, que também era seu patrão, não gostou do comentário e enviou um áudio pelo WhatsApp à filha. “Bom dia, Brunna. Antes de ter as suas exposições de ira e deboche em suas posições políticas, lembre em respeitar quem está do outro lado, não se esqueça que eu tenho posições antagônicas”.

A tatuadora explicou ao portal que, antes da postagem, ela já havia se desentendido com o pai pelo mesmo motivo. Ao dizer que o Brasil retornou ao mapa da fome no governo Bolsonaro, Brunna teria recebido uma série de agressões verbais, como ser chamada de ‘esquerdopata’ e ‘petralha’. Desde então, eles evitavam tais assuntos.

“Eu acho que [a indenização] repara o dano. Ele me mandou áudios absurdos, me humilhando, falando coisas pesadas. Eu não poderia aceitar. Ele queria me chantagear com o emprego que eu tinha: ‘Ou você apaga agora, ou você sabe que posso te punir’”, disse.

Os áudios foram usados como prova na Justiça e apontados pela magistrada como um exemplo de como as opiniões da mulher suscitavam atritos entre os dois.

Fonte: Yahoo
Créditos: Polêmica Paraíba