RC perde o foro privilegiado

VOLTAMOS PARA 2017: Os candidatos ainda são Cássio, Maranhão e o candidato de Ricardo - Por Júnior Gurgel

A disputa volta ao ponto de partida, início de 2017, com José Maranhão (MDB), Cássio Cunha Lima (PSDB) e o candidato de Ricardo Coutinho (PSB) até o momento, João Azevedo. O desafio da “maratona” é alcançar julho, um longo caminho a ser percorrido.

NADA ALÉM DO PREVISTO

Por JUNIOR GURGEL

Publicamos neste espaço – ao longo dos últimos seis meses – alguns pontos de vista sobre as manobras políticas/partidárias da “pequenina”, pontuando o previsível dentro de uma leitura realista do quadro político e o imutável comportamento “padrão” de seus protagonistas.

A permanência de Ricardo Coutinho no governo registramos com bastante antecedência, balizando-nos pela lógica: a perda do foro privilegiado. Posteriormente, dois eventos cristalizaram a decisão: processo de cassação de seu mandato no TSE e sua condenação no TRE-PB por conduta vedada nas eleições de 2014. Ambos, para serem revertidos, exigem investidura da “autoridade” de governador, e no cargo.

Sobre a cassação do TRE-PB, a mídia palaciana – que permeia já todo o Estado – festejou a minimização dos efeitos daquilo que foi prolatado pela Corte Eleitoral alegando que a decisão visava obrigar o condenado a pagar uma multa (?). Se um condenado é obrigado a pagar uma multa por “conduta vedada” ele cometeu um crime eleitoral, punível com inelegibilidade de 05 a 08 anos. O TRE pode até não ter publicado em seus acórdão, os efeitos penais, mas é de ofício o MPE recorrer pedindo seu afastamento do cargo, o que lhes torna inelegível.

Quanto à ação do TSE, já pronta para ir a plenário, os advogados de Ricardo Coutinho travarão uma batalha titânica, usando os artifícios “recursais” e procrastinatórios, já que por um triz seu processo foi atravessado pelo do Estado do Tocantins, e por motivos semelhantes governador e vice foram cassados. Se Ricardo Coutinho tivesse se afastado, a esta altura – pela decisão do TRE-PB – já estava (como está) inelegível. O “fico” foi um drama circense, comemorado pelos apaniguados do Palácio da Redenção, que torcem para que o governo alcance 31.12.2018.

Luciano Cartaxo, bem mais realista – apesar de exibir musculatura (financeira) para entrar na corrida – desistiu temendo os próximos capítulos da lava-jato e outras operações da PF, que poderiam surpreendê-lo sem mandato, e foro privilegiado. Preferiu não correr riscos, num momento em que o MPF e as Cortes de Justiça estão revendo seus limites de tolerância, contra as “traquinagens” recorrentes da intrépida classe política.

Romero Rodrigues, que realiza uma brilhante gestão como prefeito de Campina Grande, desistiu pela absoluta falta de estrutura – inclusive financeira – para abraçar o projeto. Ao iniciar suas andanças como pré-candidato, repetindo os passos de Cássio (2002), sentiu que lhes faltava o apoio da prefeitura de João Pessoa, e a “reserva de caixa” – da época de Cássio -, gordura criada com a venda da CELB. Por outro lado, questionou-se a discutível “confiança irrestrita” no grupo político que pertence seu vice.

A disputa volta ao ponto de partida, início de 2017, com José Maranhão (MDB), Cássio Cunha Lima (PSDB) e o candidato de Ricardo Coutinho (PSB) até o momento, João Azevedo. O desafio da “maratona” é alcançar julho, um longo caminho a ser percorrido.

Ricardo Coutinho estando ainda na “cadeira” talvez João Azevedo reúna condições de registrar sua chapa. Do contrário, sobrarão Cássio e José Maranhão. Será que celebrarão o acordo, já pré-ajustado? Se o fizerem, Maranhão volta ao Palácio da Redenção e Cássio para o Senado da República. Mas, o amigo Gilvan Freire fez uma insinuação recentemente em um artigo, sobre Pedro Cunha Lima. Neste caso, Cássio desceria para a Câmara dos Deputados – como fez seu pai em 2002 -, abriria duas vagas para o Senado e Pedro disputaria com José Maranhão. Pelas exigências dos eleitores, diante dos escândalos da lava-jato, ser ficha limpa é fundamental. Na oposição, com estes perfis, têm-se José Maranhão, Pedro Cunha Lima e João Azevedo.

O que ainda nos intriga, e que pode trazer surpresas, é o “faro” de Gilvan Freire.

 

 

Fonte: http://www.apalavraonline.com.br/colunista/junior-gurgel/
Créditos: junior gurgel