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VERÃO SEM CENSURA: Pussy Riot provoca Bolsonaro em pôster de festival da prefeitura de SP

O pôster tem cores que lembram o arco-íris, um símbolo LGBTQ+, e traz o rosto de Bolsonaro, em cinza, feito com desenhos de lixo tóxico, agrotóxicos, armas, fumaça de poluição e peixes mortos

O grupo russo Pussy Riot, famoso por protestos e posições fortes politicamente, toca em São Paulo nesta quinta-feira (30). Para promover a data, a banda divulgou um pôster em que provoca o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O pôster tem cores que lembram o arco-íris, um símbolo LGBTQ+, e traz o rosto de Bolsonaro, em cinza, feito com desenhos de lixo tóxico, agrotóxicos, armas, fumaça de poluição e peixes mortos.

O grupo faz parte do line-up do festival Verão Sem Censura, promovido pela prefeitura da cidade de São Paulo e se apresenta em frente ao Centro Cultural São Paulo, às 20h. Linn da Quebrada fará participação especial.

Amanhã, no mesmo local, haverá exibição às 19h de Act and Punishment, um longa sobre o grupo, seguido de debate – a distribuição de ingressos acontece duas horas antes.

Em um post nas redes sociais, o Pussy Riot justifica o pôster: “Sobre esta cabeça feita e cheia de restos as Pussy Riots cantam e dançam. Juntos façamos aqui nossa revolta sobre esta cabeça monumento-destruição.”

O grupo ficou conhecido por seus protestos em Moscou e espalhou suas ações pelo mundo. “Num monumento cadafalso na Praça Vermelha em Moscou elas cantaram e dançaram pela primeira vez para o mundo inteiro. Somos agora Pussy Riots espalhados por todo o planeta , e aqui no Brasil vamos cantar, dançar e nos revoltar como se estivéssemos sobre esta cabeça-busto-desgoverno-monumento-vazia de ideias , e façamos dela detritos!!!”, diz a nota.

O Festival Verão Sem Censura é promovido pela Prefeitura de São Paulo e teve início no dia 17 de janeiro. Durante quinze dias de evento, serão realizadas mais de 45 atividades gratuitas, como peças de teatro, shows, exposições e debates.

A programação do evento, que acontece em vários pontos da cidade, traz manifestações culturais que foram censuradas ou criticadas pelo governo federal. O secretário municipal de cultura afirmou, entretanto, que não se trata de um projeto antagônico ao governo federal: “É uma medida de valorização da nossa cultura. Uma resistência que luta pelo bem mais valioso da nossa cultura, a liberdade de expressão.”

O encerramento será no dia 31 de janeiro no Theatro Municipal de São Paulo, com reapresentação do espetáculo Roda Viva, escrito por Chico Buarque e dirigido por Zé Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. A peça foi censurada no período da ditadura militar no Brasil. A programação do Festival é gratuita.

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Fonte: UOL
Créditos: UOL