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Três Cadáveres na campanha - Por Lena Guimarães

Três casos para assombrar a sucessão.

Três assassinatos, ocorridos em 2009, 2012 e 2015, passaram a reger o debate sucessório na Paraíba, a partir do confronto entre o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), que está puxando para os holofotes também a família da vice-governadora Lígia Feliciano e do seu marido, o deputado Damião Feliciano (PDT).

Ontem, mostrei a evolução do bate-rebate. Manoel tinha dito que Ricardo iria precisar de um guindaste para içar seu candidato ao governo, João Azevedo, e o governador disse que deveria se preocupar com uma delação de Eduardo Cunha, que poderia lhe custar o mandato.

O peemedebista aceitou duelar usando a arma escolhida pelo governador. Respondeu que ele é quem deveria estar preocupado, pois seu CPF estaria ligado ao crime de Bruno Ernesto, ex-diretor de Tecnologia da PMJP, executado em 2012, crime que teria vinculação com o fracassado projeto Jampa Digital, da gestão de Ricardo. Bruno Ernesto, segundo divulgou a advogada Laura Berquó, foi executado com arma acautelada a PM da Paraíba e munição da SEAP.

Ricardo, que não leva desaforo para casa, respondeu citando o assassinato de Manoel Mattos, do PT de Pedras de Fogo, caso que foi investigado pela CPI da Pistolagem, e que Luiz Couto usou para impedir que o peemedebista fosse Ministro do Turismo no governo Dilma. Ricardo também ameaçou: “Se ele fi zer outro comentá- rio desses, eu vou dizer publicamente porque ele rompeu comigo na Prefeitura. Qual foi a proposta que ele me trouxe e saiu com raiva pela resposta que dei, porque no time dele não jogo”.

Manoel aceitou o desafi o de abrir os arquivos do caso Mattos, desde que Ricardo libere do sigilo o caso de Bruno Ernesto. Aproveitou para apresentar sua solidariedade à família de Damião e Lígia Feliciano, cujo fi lho Renato foi intimado, há um ano, a depor sobre a morte de Ivanildo Viana, fato só agora revelado, e com conotação de escândalo.

“Acho isso uma provocação descabida de quem está desesperado com o processo eleitoral que se avizinha”, acusou Manoel. Como vice-governadora, Lígia assumiria o governo em caso de renúncia de Ricardo para disputar outro mandato, decisão que pode tomar até 6 de abril. Se renunciasse junto, a Assembleia elegeria um governador tampão.

Três casos para assombrar a sucessão.

Fonte: Correio da Paraíba
Créditos: Lena Guimarães