Tem mais políticos: lista de delator é só a primeira

A lista de políticos que receberam dinheiro de Paulo Roberto Costa, publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" nesta sexta-feira, com 28 nomes, é apenas a primeira. A maioria, nomes antes vazados ao longo das investigações da Operação Lava-Jato.

Blog de Cristiana Lobo

 A lista de políticos que receberam dinheiro de Paulo Roberto Costa, publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” nesta sexta-feira, com 28 nomes, é apenas a primeira. A maioria, nomes antes vazados ao longo das investigações da Operação Lava-Jato.

Falta ainda a lista de Alberto Yousseff, que teve seu pedido de delação premiada acolhido pelo ministro Teori Zavaski também nesta sexta-feira. Vai ser preciso cruzar as duas listas, comparar com aquela outra revelada por um entregador de dinheiro, que disse amarrar enomes quantias pelo corpo, e outras que ainda venham a aparecer.

Ainda que com nomes já citados anteriormente, a lista traz informações importantes e curiosas: 28 nomes, entre eles o do presidente da Câmara e o do Senado, envolvendo, portanto, na denúncia o comando do Legislativo; dois nomes cotados para o próximo ministério (Ciro Nogueira e Henrique Eduardo Alves); um ministro fortíssimo na época em que Paulo Roberto Costa diz ter recebido o pedido de R$ 2 milhões (Antonio Palocci); um outro ex-ministro (Màrio Negromonte) e um atual ministro (Edison Lobão). Ou seja, políticos de alto calibre. Todos negaram ter recebido dinheiro escuso de Paulo Roberto Costa – é importante registrar.

Se a delação premiada de Paulo Roberto Costa foi aceita e ele está em prisão domiciliar –e não na prisão de Curitiba onde estão outros citados – é de se acreditar que ele disse coisa com coisa. Do contrário, o pedido não teria sido aceito. Afinal, já tem um bom tempo que ele está em casa e muita coisa poderia ter sido apurada pela Justiça nesse período.

Os valores citados pela Operação Lava Jato de desvio de recursos da Petrobras são altíssimos. Basta lembrar que a própria Controladoria-Geral da União reconheceu prejuízo de mais de R$ 600 milhões na compra da refinaria de Pasadena. Um dinheirão. Mas a soma apresentada por Paulo Roberto Costa ao beneficiários apontados na lista não é tão grande assim, comparada ao desvio. Muitas das doações para campanha eram de R$ 1 milhão – casos de Gleisi Hoffmann e Humberto Costa.

Fica até curioso: na lista, os dois que teriam sido beneficiados com os recursos e que já morrerram teriam recebido muito mais – R$ 20 milhões para Eduardo Campos e R$ 10 milhões para Sérgio Guerra.

Os vivos receberam bem menos.