"Super Dilma" na internet divide opiniões; oposição critica publicações

A página da presidente Dilma Rousseff, administrada pelo Partido dos Trabalhadores nas redes sociais, antecipou-se ao apelo que a chefe do Executivo fez aos ministros na última terça-feira e resolveu investir na sua versão dos fatos. O perfil da presidente ressuscitou a personagem Super Dilma e está distribuindo opiniões sobre a agenda da presidente e os dados do governo. No dia que saiu o resultado do Sisu, por exemplo, a página comemorou com um vídeo “engraçadinho”.

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O perfil da presidente ressuscitou a personagem e está distribuindo opiniões sobre a agenda da presidente e os dados do governo

Grasielle Castro /Correio Braziliense

A página da presidente Dilma Rousseff, administrada pelo Partido dos Trabalhadores nas redes sociais, antecipou-se ao apelo que a chefe do Executivo fez aos ministros na última terça-feira e resolveu investir na sua versão dos fatos. O perfil da presidente ressuscitou a personagem Super Dilma e está distribuindo opiniões sobre a agenda da presidente e os dados do governo. No dia que saiu o resultado do Sisu, por exemplo, a página comemorou com um vídeo “engraçadinho”. O problema, segundo integrantes da oposição e de gente que acompanha o dia a dia da petista, não é a comunicação de fatos, mas a forma “extremamente otimista” que o governo tem de ver os dados. Para especialistas em marketing digital, no entanto, a estratégia de apostar nas redes sociais é eficiente para atrair o eleitorado.

O pedido da presidente é para que reajam aos boatos. E, com uma roupagem de super-herói, a página da presidente enalteceu no último domingo a criação de empregos. “O esforço da presidenta Dilma em combater os efeitos da crise mundial e garantir o emprego para o trabalhador brasileiro deu resultado”, diz a mensagem. Segundo a publicação, o Brasil atingiu a marca de 5.277.071 novos empregos com carteira assinada, gerados entre 2011-2014, com um crescimento de 11,97% no período.“O número de um mandato de Dilma supera os oito anos do governo FHC, que somou 5.016.672 empregos entre 1995 e 2002”, diz.

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A mensagem foi encarada por analistas do mercado financeiro como uma maneira “fora da realidade” de atrair o internauta. O economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, esclarece que os dados da presidente estão certos, mas enfatiza que a leitura do dado é que está sendo subestimada. “Os números do acumulado do emprego aumentaram devido ao crescimento da economia que vinha de outros anos, mas a tendência recente mostra que o ciclo já está em queda. Para o mercado, o aumento dos juros brasileiros e a contração fiscal não mostram esse esforço que a presidente diz fazer. Além disso, para se ajustar à demanda atual é preciso demitir, mas falta dinheiro até para isso, que é caro”, explica.