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STF deve decidir nesta quarta se mantém proibição a doações ocultas nas eleições

Supremo Tribunal Federal deve decidir nesta quarta-feira se mantém a proibição de doações ocultas para candidatos nas eleições

Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira (21) se mantém a proibição de doações ocultas para candidatos nas eleições.

O tema já foi analisado em caráter liminar (provisório) em 2015 pela Corte, mas os ministros precisam tomar decisão definitiva sobre o caso (leia detalhes mais abaixo).

Desde o início deste ano, o STF já realizou quatro julgamentos sobre normais eleitorais, cujos ajustes, feitos para adequar as regras ao texto da Constituição, deverão ser aplicados na disputa deste ano.
Somente neste mês, a Corte decidiu, por exemplo:

Aumentar o percentual mínimo de recursos destinados às campanhas de mulheres;
Dar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a última palavra para realização de novas eleições após cassação de mandatos;

Manter o poder do TSE para julgar, no lugar dos TREs, ações para cassar diplomas de governadores, senadores e deputados;
Aplicar a Lei da Ficha Limpa para políticos condenados antes de 2010, quando a lei entrou em vigor.

Até as eleições, o STF ainda poderá fazer novas mudanças.

Estão previstas na pauta ou aguardam uma posição da Corte as seguintes questões:

Proibição das doações ocultas;
Proibição de propaganda eleitoral por telemarketing;
Obrigatoriedade do voto impresso nas urnas eletrônicas;
Proibição de vídeos na TV que ridicularizem ou opinem sobre candidatos.

O entendimento firmado STF em cada um desses temas, baseado na interpretação da Constituição, serve de parâmetro para as decisões e regras aplicadas pela Justiça Eleitoral ao longo da disputa.
Ponto a ponto

Veja abaixo um resumo das ações que o STF ainda vai julgar que podem interferir na disputa eleitoral deste ano:
Proibição das doações ocultas

O primeiro julgamento, marcado para esta quarta (21), poderá confirmar a proibição de doações ocultas para candidatos nas eleições.
Em 2015, o plenário já havia suspendido trecho da lei eleitoral que permitia aos partidos repassarem a candidatos recursos doados por terceiros sem identificá-los.

Alega risco ao sigilo do voto caso eventuais problemas na impressão levem um mesário a ajudar o eleitor. A lei foi criada para possibilitar a eventual conferência física do voto com o resultado apurado no sistema informatizado.
O próprio TSE já se manifestou a favor do pedido da PGR, para interromper a implantação do voto impresso; o Congresso também opinou no processo, mas para manter a obrigatoriedade.

Com as informações em mãos, caberá ao relator da ação, Gilmar Mendes, liberar o caso para julgamento no plenário do STF, composto por mais 10 ministros.
Proibição de vídeos na TV que ridicularizem ou opinem sobre candidatos

Em 2010, o STF suspendeu um trecho da lei eleitoral que proibia TVs e rádios de veicular vídeos ou áudios com “trucagem” ou montagem que degradassem ou ridicularizassem candidatos e também de difundir opinião favorável ou contrária a eles e também sobre qualquer partido.

Na época, a maioria dos ministros entendeu que a regra impedia manifestações de humor, por exemplo, e implicava censura sobre os meios de comunicação, ferindo as liberdades de expressão e imprensa.
A decisão da época, porém, embora tomada pelo plenário do STF com ampla discussão, tinha caráter liminar (provisório). Só em fevereiro deste ano, após manifestações de várias entidades e órgãos, o processo ficou pronto para julgamento definitivo.

O relator, Alexandre de Moraes, já pediu à presidente do STF, Cármen Lúcia para marcar uma data para o julgamento.

É improvável a possibilidade de os ministros reverterem a decisão, mas no julgamento de “mérito” eles poderão aprofundar as discussões e criar entendimento que aponte direções ainda mais claras para a Justiça Eleitoral analisar um grande número de pedidos para remover da internet vídeos satíricos ou críticos contra candidatos, incluindo multa a seus autores.

Fonte: G1
Créditos: G1