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Salles diz que não faria evento do clima na BA só para se 'fazer turismo' e 'comer acarajé'

Governo suspendeu encontro preparatório da Conferência do Clima, que será no Chile após desistência do Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao blog nesta terça-feira (14) que o governo federal cancelou o evento da ONU sobre o clima, em Salvador, porque “não fazia sentido” o Brasil sediar um encontro para preparar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (Cop 25), que não vai mais acontecer no Brasil.

Para Salles, sem a Cop 25, manter o encontro em Salvador seria uma “oportunidade” apenas para a turma “fazer turismo em Salvador” e “comer acarajé”.

“Vou manter um encontro que vai preparar um outro, que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, afirmou.

Perguntado quem seria a ‘turma”, ele disse: “sei lá, o pessoal de sempre”.

Nos bastidores, o governo federal atribui a organização do evento em Salvador ao ex-ministro do Meio Ambiente, do PV, para “agradar” ao partido – que controla a pasta na capital baiana.

O governo brasileiro cancelou a edição latino-americana e caribenha da Semana do Clima, que ocorreria entre 19 e 23 de agosto em Salvador.

O encontro, organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), é um dos eventos preparatórios da COP 25, que será realizada em dezembro em Santiago.

O Brasil havia sido eleito país-sede para a convenção mas, no final do ano passado, a pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro, o governo federal desistiu de receber a cúpula, alegando que precisaria gastar até R$ 500 milhões em sua realização.

Sobre o evento da ONU, Salles disse ao blog ter menos a ver com custos, mas com mobilização de pessoal. E reafirmou que não faz sentido, em sua avaliação, sediar um evento que vai preparar a Cop 25.

“Não vamos ser os anfitriões da Cop 25, é uma decisão clara, matemática, como dois e dois são quatro”, declarou o ministro. Ele disse que o presidente Bolsonaro já havia sido avisado da decisão.

Fonte: G1
Créditos: G1